O GBOEX está entregue a um grupo de oficiais do
Exército que não sabem o que fazer com a crise que geraram em uma entidade que
foi construída para garantir o futuro de milhares de pessoas, através de um
pecúlio. Depois de anos de desgoverno, o piloto automático pifou e eles não
sabem o que fazer.
Os absurdos que estão acontecendo são
inacreditáveis. E isso que estou baseado somente nos dados publicados e em
informações que vazam pelos poros deste moribundo GBOEX. De um lado um grupo
pautado pela arrogância e pela ignorância e de outro um grupo de espertos e
calejados empresários ávidos para fazerem um bom negócio.
Uma seguradora centenária, estruturada na
plataforma GBOEX (seu maior ativo), com uns 200 mil associados espalhados pelo
Brasil e com canais de consignação com a maioria dos órgãos públicos. Só a
carteira de seguros de acidentes pessoais (APC) dá um resultado mensal líquido
da ordem de R$ 2 milhões e deve ter um valor de mercado da ordem dos seus R$ 50
milhões ou mais. O seguro obrigatório de automóvel, o DPVAT, rende outros R$ 2
milhões mensais, líquidos! Juntos devem dar uma bela receita líquida anual de
uns R$ 24 milhões o que, na mão de gente competente, pode ser a base de um bom
faturamento, mas na de gente incompetente, o resultado é próximo ao de um
macaco em loja de louças o que vem acontecendo neste seguradora.
Basta dar uma olhada no último Balanço Patrimonial
(BP/junho2014) para ver o que este grupo de empresários, que assumiu a Confiança,
pretende: “A Companhia, por decisão do acionista majoritário, alterou a
composição diretiva e se prepara para uma mudança expressiva em sua trajetória.
A primeira ação da diretoria empossada foi criar uma nova cultura dentro da
própria Cia, e isto incluiu realinhamento da força de trabalho, reduzindo assim
todo e qualquer excesso. A Cia planeja ter menos camadas de gerenciamento, tanto
de cima para baixo quanto para os lados, o que permitirá acelerar os fluxos nas
informações e tomada de decisões”. Por “por decisão do acionista majoritário”
entenda-se “por decisão dos novos proprietários”. Em suma: CHEGA DE AMADORISMO.
Estes empresários pretendem fazer o que deveria
ter sido feito em 2008/9 quando o mercado segurador foi forçado a se ajustar às
novas exigências impostas pela Susep para aumentar a credibilidade do setor,
abalado com a crise do sub prime
americano. Conselheiros amadores e inconsequentes tomaram a decisão que acabou
enterrando a Confiança: ajustaram o capital da seguradora ao seu perfil (área
de atuação e portfólio), em vez de proceder ao contrário.
Resultado: aceitaram vender a Confiança por um
preço que os empresários sabem valer umas oito, dez vezes mais.
E o pior é que já se vai para oito meses (tudo
começou em março/2014 com a aceitação da proposta de compra do controle
acionário (100%) e a passagem de comando para Marcelo Cabelleira) com a
seguradora comandada pelo novo grupo, mas com o GBOEX responsável perante Susep
porque ainda não foi equacionado o problema de solvência. Onde está o reforço
de caixa previsto no BP de junho/2014, “um incremento de R$ 77.928 milhões de
reais de dinheiro novo”?
Tudo porque neste vai-e-vem de contratos
assinados, todos “em caráter irrevogável e irretratável”, nada foi cumprido, o
que permite que se desconfie de que, como se comenta, “falta capacidade
econômica para cumprir o contratado”. Desconfianças, inclusive, do órgão
controlador, de que tudo não passou de simulações para atender condições
legais.
E os conselheiros estão por fora de tudo isso,
já não estão nem aí, o que interessa é que no fim do mês estão com o deles no
bolso, mesmo que seja ao arrepio da lei como tem sido em vários exercícios e
que, agora, o Diretor Fiscal, deverá avaliar e se pronunciar com base em
petição feita (Representação
contra os Conselheiros, 7/11/2014). E em todos esses meses de boatos que
envolveram a venda da seguradora e o naufrágio do grupo, sinalizado pela
insolvência e pela intervenção da Susep (Direção Fiscal), não mereceu uma nota
sequer de esclarecimento do Conselho Deliberativo, para esclarecer o mercado e
tranquilizar os associados.
A verdade é que a seguradora está imobilizada,
pois sem o capital que os novos donos deveriam aportar para acabar com a
insolvência, impossível o reinício das operações. E se a Susep fizer o que a lei
manda, aplica logo na Confiança a liquidação extrajudicial que vai levar junto
o patrimônio que foi formado para garantir o pagamento dos pecúlios daqueles
que passaram mais de meio século pagando.
Diante de tudo isso, pergunto: por que, os
coronéis que comandam o GBOEX, não reconhecem a sua incapacidade e não convocam
uma assembleia geral para expor a gravidade da situação e se submetem ao que
for decidido? Será que não existe alternativa de mercado que permita salvar o
patrimônio do GBOEX? Ficarão impassíveis esperando uma liquidação
extrajudicial? Seria uma atitude digna. Caso contrário vão se transformar em
mortos-vivos, dignos do desprezo dos seus companheiros como já disse um velho
general ao pedir seu afastamento do GBOEX.
Convém lembrar o que a arrogância deste grupo de
oficiais do Exército registrou no editorial do Informativo do GBOEX (ano
1998/2), ao anunciar uma revolução cultural que o então presidente executivo,
Cel. Omar Lima Dias, vinha acalentando, desde seus tempos de Conselho
Deliberativo, para implementar um programa de Qualidade, o que nunca conseguiu
enquanto Iese Rego comandava o GBOEX (leia Resposta
ao GBOEX (2), 6/5/2013): “Ao contrário do Titanic, que só afundou por
incompetência de seu comandante, o GBOEX continuará navegando rumo ao futuro,
singrando os mares conturbados da atual economia globalizada, com a sua proa
visionária bem orientada e com a mesma firmeza e soberania que sempre o
nortearam durante estes oitenta e cinco anos de existência”. Parece que o ato
falho do editorial de 1998 está se concretizando, pelo naufrágio que se
avizinha e pela incompetência de seus comandantes.
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