Tenho sido o centro de convergência de informações que
me permitem classificar a gestão do patrimônio do GBOEX como nociva aos
interesses dos seus milhares de associados cuja idade média já passa dos 80
anos, cinquenta e tantos dos quais, contribuindo religiosamente para deixar um
pecúlio cuja garantia seria, digo seria, o patrimônio construído antes de esse
grupo de oficiais do Exército assumir o comando, no início dos anos 80.
Acontece que este patrimônio vem sendo dilapidado por
uma “má gerência administrativa”, no entender do MPF (ICP MPF/RS 20/2010-97,
fl. 214), que levou, tanto o GBOEX como a seguradora Confiança, ao estado de
insolvência. A insolvência do Grupo GBOEX chegou a casa dos R$ 136
milhões, conforme balanços patrimoniais publicados (junho/2014).
Só para que fique bem caracterizada a falta de
transparência que norteia a gestão do patrimônio do GBOEX, vou iniciar me
referindo a última de muitas investidas feitas para que o presidente do GBOEX convocasse
uma Assembleia Geral Extraordinária para informar os associados sobre a
situação da entidade e salientava que “oportuna seria a convocação de uma AGE
para que pudesse o CD buscar na soberania da Assembleia Geral o respaldo para
deliberar sobre matéria de relevância como “dirimir as soluções juridicamente
aplicáveis ao restabelecimento de sua saúde financeira””.
Na Carta
030/2014, de 9/5/2014, o presidente do GBOEX (ICP MPF 20/2010-97, fls.333/34) ao avaliar as razões
apresentadas para a convocação de uma AGE rejeitou-as, alegando que “os demais
itens alinhados (variação de patrimônio líquido, Termo de Ajustamento de Conduta entre Susep e a
Confiança e o aludido Inquérito Civil Público” não são, à toda evidência,
passíveis de apreciação e deliberação pela Assembleia Geral por qualquer prisma
de análise”. E que, em “síntese apertada, todos esses itens já estão
solucionados, e bem solucionados, sob o devido gerenciamento da administração
do GBOEX em respaldo das superiores garantias ao quadro social”. E para sacramentar a negativa de convocação
de uma AGE, informou que o CD
decidiu, à unanimidade, que “não se configura situação de urgência e de
relevância, à luz da exposta fundamentação” para a convocação de AGE, através
do art. 22, II, do Estatuto.
As
informações recebidas de várias fontes permitem que se vislumbre, apesar da
nebulosidade, o que vem ocorrendo e que, posso assegurar, é do conhecimento da
Susep.
Consta que
o interesse de Marcelo Cabelleira, atual presidente da Confiança, pela
seguradora vem do início do ano de 2014 quando acertou com um empresário
mineiro a constituição de uma sociedade anônima específica (Investpar) para
aquisição e controle da Confiança Cia. de Seguros tendo, nesta ocasião, formalizado
proposta de compra da totalidade das ações da Confiança, pelo valor do PL de
dezembro/2013 (R$ 16.894.380). A proposta foi aceita ficando a Investpar de
capitalizar a Confiança de forma que atendesse aos requisitos da Susep para a transferência,
no que tange ao CMR (Capital Mínimo Requerido).
Depois disso,
veio a AG (31/3/2014) em que Cabelleira foi eleito presidente da Confiança,
conforme já registrado neste blog (Obscuridades
na Confiança, 20/5/2014).
Segundo consta, para compatibilizar exigências legais,
junto à Susep, com as necessidades de fluxo de caixa e para eliminar a insolvência,
ficou acertado que o processo de aquisição seria dividido em duas etapas o que
vem confirmar as informações que recebi (Esclarecimentos
necessários e urgentes, 30/5/2014), de que, no mês de março de 2014, “A
direção do GBOEX celebrou acordo de gaveta para a venda das ações da
seguradora, aceitando promessas dos compradores que fariam aportes de valores
expressivos para sanear a seguradora” e se “tudo ocorresse bem no acordo
realizado, no segundo semestre deste ano (2014), após o saneamento da
seguradora pelos compradores, o GBOEX oficializaria perante os órgãos
competentes a venda das ações para os compradores, ocorrida de fato na eleição
da diretoria quando da realização da AGO de março de 2014”.
Como associado do GBOEX, nada tenho contra os
compradores e não me interessa a forma como a nova controladora (Investpar) vai
capitalizar a Confiança. O que me interessa é saber a forma como está sendo
tratado o patrimônio do GBOEX, em cumprimento do inciso II, art. 14, do
Estatuto que inclui, entre os deveres do associado, participar, “tão logo tenha
conhecimento, qualquer fato que possa afetar o patrimônio do GBOEX”.
E neste sentido, alinho os questionamentos que devem
ser feitos na pleiteada AGE, com relação a este sumidouro do patrimônio do
GBOEX, chamado Confiança Cia. de Seguros:
Por que o CD, em decisão que, segundo seu presidente
(carta de 16/4/2009, respondendo a questionamento meu), custou “muito estudo,
simulação de cenários e de um planejamento detalhado” não ajustou o perfil da
seguradora (área de atuação e portfólio) ao capital existente, preferindo
ajustar o capital ao perfil existente, através da transferência da metade dos
imóveis do GBOEX, quando foram estabelecidas novas regras de
solvência para o mercado segurador brasileiro, em 2008/9 (A
insolvência da Confiança, 12/12/2013)?
Por que o GBOEX injetou na Confiança R$ 4 milhões,
depois de ter aceito a proposta de compra da seguradora?
Por que, até hoje, não foram resolvidos os problemas
de insolvência da Confiança e nem efetivada, junto à Susep, a sua
transferência, permanecendo o GBOEX como o responsável mesmo já tendo abdicado
da sua gestão?
Por que o GBOEX aceitou vender a integralidade das
ações da Confiança por apenas R$ 17 milhões (e já recebeu?), quando lá na Confiança estavam estocados imóveis do
patrimônio do GBOEX que foram vendidos aos mineiros por R$ 95 milhões?
Saliente-se que, em 26/6/2014, foi firmado o contrato Particular de Promessa de
Compra e Venda de Bens Imóveis, através do qual foi alienado praticamente 100%
da carteira imobiliária remanescente. E os signatários não foram os novos
gestores, liderados por Marcelo Cabelleira, mas os coronéis Sérgio Luis
Lhullier Renk e Ilton Roberto Brum Oliveira.
Aqui, urge que se exponha o patrimônio que foi
dilapidado com a má gerência administrativa que foi imposta ao Grupo GBOEX por
esta turma de oficiais do Exército que mesmo com todos os prejuízos causados se
remuneram com salários na faixa dos R$ 15 mil aos R$ 30 mil.
Os imóveis abaixo listados foram todos vendidos por R$
95 milhões para empresa do sócio mineiro de Marcelo Cabelleira, todos imóveis
adquiridos pelo GBOEX com a finalidade estatutária de garantir o pagamento dos
pecúlios que agora estão sendo caloteados, através da expulsão dos seus velhos
associados com reajustes que transformam a mensalidade em algo impagável.
Imóveis que foram adquiridos pelo GBOEX e repassados
para a Confiança para tapar os buracos abertos por administrações incompetentes
que consolidaram um processo de degradação que causou grandes prejuízos e, em
consequência, grandes perdas ao patrimônio do GBOEX.
Depois
desta nova mostra da dilapidação do patrimônio vale repetir a justificativa
dada, pelo presidente do GBOEX, em maio/2014, um mês antes desta nova
dilapidação do patrimônio do GBOEX, para que fique bem exposta a arrogância e o
desprezo que esta turma que comanda o GBOEX tem pelos seus milhares de
associados ao negar pela enésima vez a convocação de uma AGE: “De seu turno, os demais itens alinhados (variação de patrimônio líquido, Termo de
Ajustamento de Conduta entre SUSEP e a Confiança Cia. de Seguros e o aludido
Inquérito Civil Público) não são, a toda evidência, passíveis de apreciação e
deliberação pela Assembleia Geral por quaisquer prismas de análise. Em
síntese apertada, todos esses itens já estão solucionados, e bem solucionados,
sob o devido gerenciamento da administração do GBOEX em respaldo das superiores
garantias ao quadro social”.
E para
sacramentar a negativa de convocação de uma AGE, informou que o CD decidiu, à unanimidade, que
“não se configura situação de urgência e de relevância, à luz da exposta
fundamentação” para a convocação de AGE, através do art. 22, II, do Estatuto.
Já me
referi (e não custa repetir) à infalibilidade da máxima A+I=F, ou seja, ARROGÂNCIA associada à
IGNORÂNCIA sempre leva ao FRACASSO (O
custo MLD, 10/5/2013). Saem dos quartéis,
direto para dirigir um negócio que exige, cada vez mais, competência, recebendo
altos salários e acabam consolidando uma cultura pautada pela “má gerência
administrativa”, conforme apontou o MPF. Ou, como constatam os novos gestores
da Confiança: consolidaram uma cultura que acabou levando a seguradora a “um
processo de degradação, causando enormes prejuízos” (BP Confiança, jun/2014).
Tudo isso causado por gente que
recebe altos salários e, em muitos casos, indevidos, conforme já salientado (Representação
contra os Conselheiros, 7/11/2014). A propósito, para reforçar o pedido
feito ao Diretor Fiscal do GBOEX (suspensão e ressarcimento dos salários
indevidos), mais uma comprovação para a imediata suspensão dos salários: em
ofício 490/2014/SUSEP-GABIN, de 26/9/2014 e de lavra do seu Superintendente, em
resposta a ofício da presidente do ICP 20/2010-97, a Susep informa que o GBOEX
foi obrigado a republicar seu balanço de 2013 onde ficou evidente “uma situação de insuficiência de capital
que a enquadra em situação de insolvência”. E, diante disso, como os
conselheiros fixaram remuneração para si e para os diretores?
Parabéns pela coragem em relatar fatos que certamente ajudariam a apurar essa vergonha. Sou uma das tantas vítimas e espero que um dia meu único herdeiro possa receber os miseráveis 30 mil reais, deixados por minha filha. Que sejam criminalizados e paguem pelo estrago feito na Cia e na vida dos assistidos. Um abraço!
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