terça-feira, 30 de setembro de 2014
DesCONFIANÇA
Em maio deste ano, em Luzes sobre obscuridades (23/5/2014), voltei à operação de venda da
Confiança e me referi a um relatório anônimo, mas que não deixou dúvidas sobre
a sua autoria, pela precisão das informações sobre várias frentes do Grupo
GBOEX cujo cruzamento me deu a certeza da sua autoria.
À medida que o tempo
passava, iam se confirmando com precisão as informações que recebi. O contrato
de gaveta, a desistência do investidor (Banco Máxima), a substituição da Ata da
AGO de 31/3/2014 (cuja cópia da original foi entregue para a equipe de
fiscalização da SUSEP) para a retirada do diretor eleito pelo investidor que
desistiu, a manutenção de Marcelo Cabelleira como presidente da Confiança e seu
compromisso de encontrar um investidor.
Neste relatório, além das
informações sobre a operação, a opinião
do autor sobre os atores desta operação que, obviamente, a mais crítica possível,
fruto da sua observação, mas muito deturpada pelo estado de espírito que o
levou à denúncia.
Refiro-me a isso porque
logo em seguida fui incluído em um grupo fechado no WhasApp, denominado “Os
lesados Confiança Seguro”, cujo líder é um corretor do Espírito Santo.
Na minha primeira
entrada no grupo (11/7/2014) deparei-me com o diretor da Confiança Jack
Pogorelski, um dos citados pelo meu informante anônimo (nem tão anônimo assim).
Diante disso, fiquei
observando as manobras do Jack Pogorelski sendo apertado por todos os lados
pelos credores, com gente indignada querendo marcar uma manifestação para a
semana seguinte com gente “baixando” de todos os cantos do país. Comecei a
notar algo diferente neste diretor da Confiança que, de peito aberto, enfrentava
todos tentando dialogar mesmo sendo tratado rispidamente por gente caloteada,
como um jovem empresário gaúcho que teve perda total de sua camionete, seu
instrumento de trabalho e que, depois, até esteve comigo. Pincei alguns
diálogos do WhatsApp, onde se pode
constatar isso:
11/07/14 16:24:55: Jack : Caros, boa tarde. Estou aqui para esclarecer tudo para
todos apenas, como agradeço se evitarem comentários do tipo "liguei para
ele explica tudo mas não resolve nada" pois faz 100 dias que atendo tudo e
todos e estou do lado da solução e não do problema.
11/07/14 16:25:52: Jack : Estou online sim apenas atender telefone, responder emails
e digitar ao mesmo tempo é complicado.
Quando ele notou a minha
presença, Jack resolveu se queixar da forma como ele acha que o tratei no blog
11/07/14 17:19:46: Jack
: Caros, vou dizer mais uma vez que não tenho nada para esconder de ninguém e mesmo sabendo que o Sr Péricles que sequer
conheço e me acusa equivocadamente está em cópia continuo respondendo para
vocês. Os corretores de MG que vieram aqui viram com seus próprios olhos
tudo que sempre afirmei.
11/07/14 17:23:41: Jack
: Afirmei que estávamos aqui para fazer um trabalho novo mas que não depende
apenas da nossa vontade mas também do acionista e proprietário GBOEX
E a cobrança em cima do
Jack seguia intensa, a ponto de ele buscar uma saída, sem fechar o diálogo.
11/07/14 17:25:52: Jack
: Caros a justa ansiedade de todos impossibilita que continue respondendo por
aqui. Elejam um para conversar comigo e respondo tudo copiando todos ou venham
aqui que os recebo com o maior prazer
11/07/14 17:28:44: Jack
: Antes de acirrarem os ânimos comigo lembrem que nenhum de vocês jamais deixou
de ser atendido por mim em qq horário ou dia de semana e até finais de semana.
Resolvi explicar ao Jack
a minha presença:
11/07/14 17:31:47:
Péricles da Cunha: Jack, eu estou acompanhando
abertamente porque fui incluído no grupo. Compreendo a sua posição e não a
invejo, pois depende de AMADORES que são todos conselheiros e diretores do
GBOEX.
11/07/14 17:35:02: Jack
: Ok, mas não estou exausto. Apenas quero responder tudo para todos mas não
consigo. Minha vida de 40 anos em seguros foi amparada pelo apoio de vocês
Corretores que sempre pude contar nas empresas que atuei.
Aí o Jack se dirige a
mim:
11/07/14 17:41:26: Jack
: Sr Péricles, se o sr sabe que minha
posição é difícil e percebe que não me escondo e atendo a tudo e todos. Por que
me ataca e acusa no seu blog se sequer me conhece ou sabe tudo corretamente
sobre minha saída e retorno a Confiança? Se aceitas venha aqui ou marque em
qualquer lugar que podemos conversar e lhe provarei que está equivocado quanto
a minha pessoa. Olho no olho faz a diferença em momentos como estes. Aceitas?
11/07/14 17:55:28:
Péricles da Cunha: Jack, liga para mim e
vamos combinar.
Depois disso a confusão
de cobranças em cima do Jack esquentou e o chefe do grupo resolveu tirá-lo do
grupo:
11/07/14 18:24:52: +55 34 9992‑1191: Pericles infelizmente
tive que tirá-lo do Grupo, ele ficou meio exaltado e fica meio complicado ele
entre
A razão de chegarem a
mim corretores espalhados pelo Brasil foi o meu blog e eles não sabiam sobre o
razão do GBOEX estar envolvido.
11/07/14 18:28:55: +55 34 9992‑1191: Pericles como vejo em
seu blog me parece ter participação ao GBOEX, o quanto você pode se envolver
pela nossa causa?
11/07/14 18:39:09:
Péricles da Cunha: Toninho, o meu objetivo é que a Confiança não venha a causar
mais problemas ao patrimônio do GBOEX, ou seja, que este problema de inadimplência
seja resolvido sem demandas judiciais. Sempre fui contra o GBOEX ter uma
corretora entregue nas mãos de amadores.
11/07/14 18:40:09: +55 34 9992‑1191: Então não seria bom
pressionar para efetivar logo a venda?
11/07/14 18:41:13: +55 34 9992‑1191: O GBOEX fica livre da
corretora e os que assumirem põe dinheiro para vida nova na companhia
11/07/14 18:41:15: Péricles
da Cunha: Sim, sempre fui a favor do GBOEX se desfazer da seguradora
Tendo o Jack saído do
grupo, entrei em contato com ele pelo canal privado do WhatsApp porque gostaria
de que ele me mostrasse onde fui injusto no meu blog.
11/07/14 18:44:19: Péricles da Cunha: O Jack se queixou que
tenho sido injusto com ele. Pedi que me ligasse para combinarmos uma conversa o
mais cedo possível para ver se conseguimos ajudar a resolver este problema.
Estou aguardando a ligação dele.
Aí, um dos membros
resolveu me explicar:
11/07/14 18:46:39: +55 34 9992‑1191: A hora que ele me ligou ele disse que ficou extremamente chateado com
vc pois ele acha que não deveria ser tratado como foi. Não sei onde pois aqui
no grupo não foi.
11/07/14 18:47:37: +55 34 9992‑1191: Ele disse que gostaria que vc o procurasse na empresa para uma conversa.
11/07/14 18:54:20: Péricles da Cunha: Eu gostaria que ele me
dissesse o que eu fiz para irritá-lo tanto. Nunca ofendi ninguém nesta guerra
que já dura quase 20 anos. Estou a disposição para conversar com o Jack, mas
aqui no meu escritório, pois já prometi que não mais compareço no GBOEX para
reuniões. A última que fiz com conselheiros e diretores não rendeu nada.
Aí eu deixei o meu
endereço para que o Jack me procurasse;
11/07/14 18:56:20: Péricles da Cunha: Estou à disposição: rua xxxx
xx/xx
11/07/14 22:44:55: Péricles da Cunha: Já enviei msg ao Jack
aceitando a reunião que ele propôs a qual poderá sair tão logo ele dê o retorno.
11/07/14 22:46:35: +55 34 9992‑1191: Pericles com ele fez
um desabafo sobre vc, vou cobrar dele o encontro entre vcs.
11/07/14 22:47:36: Péricles da Cunha: Ótimo, avisa que se ele
topar poderemos nos encontrar amanhã.
Aproveitei para deixar
uma observação que tenho feito para este grupo de credores da Confiança:
13/07/14 18:40:14: Péricles da Cunha: Vou repetir: a saída que
vai atender vcs é a VENDA da Confiança, pois o GBOEX já transferiu a metade dos
imóveis para a Confiança e não vai transferir mais nada, pois o MP não vai
permitir. E mais: vcs são uma centena,
mas os associados do GBOEX são 150 mil que estão contribuindo há mais de 50
anos. CALMA. Existe um comprador com recursos para pagar e normalizar o
mercado, basta que a venda seja concretizada.
No sábado, dia 12/7, o
Jack esteve na minha casa onde conversamos e ficou esclarecido que posso ter
sido duro, mas não fui injusto e nem grosseiro. Um detalhe: ao longo das duas
horas que conversamos, ele não cessava de atender dois celulares, dando
justificativas a credores e se colocando à disposição para atendê-los a
qualquer hora. Este esforço em atender os credores de peito aberto me passou a
impressão de que o Jack representava um interesse em comprar a Confiança, tanto
é que estavam tentando aplacar os ânimos dos credores, parceiros indispensáveis
em qualquer operação normal de uma seguradora.
Depois disso, tenho participado
das conversas no WhatsApp e fui notando o esforço do Jack para atender a todos,
mesmo com poucos recursos e, pelo que podia sentir, sem muita delegação de
poder, porque a governança na Confiança ainda não está bem definida. Comecei a
sentir que o pessoal estava confiando no Jack e aceitando os pedidos para que
se acalmassem e que tivessem um pouco mais de paciência.
Agora, para surpresa
minha, um dos membros do grupo copiou para mim e-mail em que o Jack comunica
que “por decisão do Presidente Marcelo Cabelleira, desde
o dia 17/09, estou afastado da Confiança e ainda sem data definida para
regresso” e
que o seu e-mail corporativo havia sido cancelado, tendo todas as comunicações
por ali recebidas, desviadas para outro. Só quem participa deste grupo pode
avaliar o esforço feito para conter os credores, evitando que o caso se
transformasse em tumultos na porta do GBOEX o que, certamente, iria dificultar
muito a busca de uma solução. Por isso, esse pessoal não conseguiu entender
ainda a razão do afastamento do único diretor que estava mantendo uma relação
de confiança com os credores.
E, dias depois, o Edital
publicado no Jornal do Comércio, de 22/9, dava conta da convocação de nova AGE
para a eleição de novo diretor, face a alteração da Diretoria da Companhia,
marcada para o próximo dias 30/9/2014. Certamente, nesta AGO, vai rolar a
cabeça do Jack Pogorelski, o que será um “tiro no pé”. A não ser que exista uma
razão muito forte que se desconheça. Fora isso, é muito suspeito afastar um diretor estatutário seis meses após a sua eleição.
Depois disso, vem a nota
“DesCONFIANÇA”, Zero Hora, 26/9, que
anuncia o que já se sabia sobre a insolvência da seguradora e mostra a
Confiança como uma nau à deriva, sem comando, pois, apesar de o GBOEX declarar
que “não vai se manifestar porque o assunto deve ser tratado com o presidente
da Confiança”. E mais: a nota da Zero Hora informa que a informação prestada
pelo presidente da Confiança de que “em
janeiro apresentaremos uma nova Confiança ao mercado”, “é contestada por
diretores da própria companhia e por vários segmentos da indústria de seguros”.
Segundo a nota da Zero
Hora, “há dúvidas até sobre quem é o atual controlador”. Mas, afinal, quem é
que manda na Confiança, se corre pelo mercado que o tal contrato de compra das
ações não foi cumprido e nada foi oficializado junto à SUSEP?
O que os conselheiros do
GBOEX devem atentar é para a sua responsabilidade, pois o Estatuto é claro: “Os membros do CD respondem solidariamente com o
GBOEX pelos prejuízos causados aos seus associados, em consequência do
descumprimento de leis, de normas e de instruções referentes às operações
previstas na Lei que dispõe sobre as Entidades de Previdência Privada” (§
único, art. 26).
E o mais grave é que no
meio dessa DesCONFIANÇA, desta nítida
falta de comando, tive o desprazer de ouvir de um executivo da área de seguros
que se envolveu nesse imbróglio a sua decepção com a atuação dos dirigentes do GBOEX, com atitudes incompatíveis com o conceito que sempre teve sobre um oficial do Exército.
O que os conselheiros
devem atentar é para a gravidade da situação que já deveria ter sofrido a
intervenção da SUSEP que contemporiza, mesmo tendo sido alertada, em 2011, para
a necessidade de intervir e a necessidade da tomada de outras providências, em
defesa do patrimônio da entidade (Medidas
urgentes em defesa do patrimônio, 9/9/2014).
E o Conselho Deliberativo
do GBOEX que trate de resolver este caso, pois este patrimônio ainda está sob
a sua guarda e dos conselheiros é que será cobrado qualquer prejuízo além dos já causados.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
CONSELHEIROS: A RESPONSABILIDADE POR SALÁRIOS INDEVIDOS
Mobilização
para que respondam civilmente pelos danos e prejuízos causados por ação ou
omissão, nos termos do Estatuto e da Lei.
No último texto (O salário do CD e DE, 14/8/2014) apontei
que os conselheiros do GBOEX causaram prejuízos em virtude do não cumprimento
dos deveres impostos por lei e pelo Estatuto e poderão, portanto, responder civilmente
pelas consequências das ações praticadas contrárias à lei e ao Estatuto.
Descumpriram a lei quando fixaram
salários em anos cujo exercício anterior foi deficitário, deu prejuízo. Segundo a lei, somente poderão Conselheiros
e Diretores ser remunerados se, no exercício anterior, for apurado LUCRO. E
este foi o caso nos anos de 2009, 2010 e 2011.
Estimo que o prejuízo causado ao
patrimônio do GBOEX esteja na casa dos R$ 18 milhões do qual somente se
livrarão aqueles conselheiros que tenham discordado com a divergência
registrada em ata do CD, pois sem exteriorização da sua dissonância, de nada
valerá sua reação à pratica do ato irregular.
Em suma, é injusto que conselheiros
e diretores fiquem se remunerando, indevidamente, com salários na faixa de R$ 15.000,00 a R$ 30.000,00 e gerando mais perdas
patrimoniais (da ordem de R$ 6 milhões/ano), enquanto milhares de associados
estão sendo “expulsos” por sucessivos reajustes já considerados ilegais pelo
MPF.
Segundo a lei, compete à Assembleia Geral
deliberar sobre a
ação de responsabilidade civil contra os conselheiros, pelos prejuízos causados
ao patrimônio que foi formado para garantir o pagamento dos pecúlios de
milhares de associados que passaram mais de meio século pagando para garantir
uma segurança para suas famílias.
O Estatuto é claro: “Os
membros do CD respondem solidariamente com o GBOEX pelos prejuízos causados aos
seus associados, em consequência do descumprimento de leis, de normas e de
instruções referentes às operações previstas na Lei que dispõe sobre as
Entidades de Previdência Privada” (§ único, art. 26).
E a Lei Complementar n. 109/2001 que dispõe sobre as
Entidades de Previdência Privada não deixa dúvidas: “Art. 63. Os administradores de entidade, os
procuradores com poderes de gestão, os membros de conselhos estatutários, o
interventor e o liquidante responderão civilmente pelos danos ou prejuízos que
causarem, por ação ou omissão, às entidades de previdência complementar”.
Proponho uma
representação junto ao Ministério Público Federal (MPF), assinada por um
expressivo número de associados, visando imputar aos membros do CD os prejuízos
causados ao patrimônio do GBOEX pelos salários indevidos pagos a Conselheiros e
Diretores nos anos de 2009, 2010 e 2011.
Segundo a Lei n.
7.347/85 que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos
causados ao consumidor, “qualquer
pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe
informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os
elementos de convicção” (art.6º).
Da representação poderá ser
instaurado um Inquérito Civil Público (ICP) que redundará em seu arquivamento
ou na proposição de uma Ação Civil Pública (art.5º). Na tramitação do ICP,
poderá o MPF ajuizar uma ação cautelar para evitar perdas irreversíveis ao
patrimônio o que provocaria dano irreparável ao associado, visto que afetaria a
garantia do pagamento do pecúlio.
Diante do exposto, CONCLAMO os associados de
qualquer categoria e todos aqueles que pediram exclusão por não mais suportar o
valor das mensalidades que sejam signatários desta representação que será feita
ao MPF. Sem custo, sem riscos, exigirá somente um pequeno esforço de cada um:
a) Enviar um e-mail para periclesdacunha@gmail.com pedindo o
formulário para assinar, informando se é sócio ou ex-sócio por ter sido forçado
a sair por não mais suportar o valor da mensalidade;
b) Imprimir o formulário que será
enviado (mostrado a baixo) e que será
anexado à petição que assinarei, preencher de próprio punho, assinar, reconhecer
a firma e enviar para o endereço indicado, o mais rápido possível.
c) Repasse para outros associados,
pois a ideia é que esta representação seja apresentada com uma expressiva quantidade
de assinaturas.
Ao assinar esta representação, o
associado estará expressando a sua indignação
com um grupo de oficiais do Exército que dilapidaram o patrimônio formado para
garantir o pagamento dos pecúlios, submetendo o GBOEX a uma “má gerência
administrativa”, no entender do próprio MPF, ao longo dos últimos trinta anos.
Vamos mostrar que sabemos
transformar INDIGNAÇÃO em AÇÃO. O objetivo é fazer com que esses
conselheiros e diretores tenham que devolver todo o prejuízo causado ao
patrimônio do GBOEX e aos seus associados, na forma da lei.
Formulários para sócios
e ex-sócios:
Sócio ou
ex-sócio, colabore.
Precisamos nos articular
para buscar uma indenização pelos anos que passamos contribuindo. A própria CPI
da Previdência Privada (Câmara dos Deputados, 1996), no seu relatório final,
alertou que poderá, novamente, a União Federal vir a ter que indenizar
consumidores como no caso Coroa Brastel em que o Banco Central foi acionado
pelos prejuízos causados por falhas de sua fiscalização. E neste Inquérito
Civil Público que está tratando do caso GBOEX (ICP 020/2010-97) ficou bem configurado
a responsabilidade de conselheiros,e diretores do GBOEX e da SUSEP, por falhas
na sua fiscalização que beiram à conivência.
“É oportuno mencionar que o Banco Central já foi condenado pela justiça
(no TRF-RJ pelo caso Coroa-Brastel) a indenizar pessoas que foram prejudicadas
pela inépcia de sua fiscalização. Isso nos autoriza a alertar para a
possibilidade de dano ao Erário também no caso da SUSEP, se o Executivo não
adotar as medidas necessárias para aparelhar o órgão dos devidos recursos
humanos e materiais. A SUSEP não possui controles adequados que lhe permita
conhecer a situação financeira das entidades abertas, o que traz profunda
insegurança aos participantes do sistema” (in, Diário da Câmara dos Deputados,
Suplemento, Dezembro de 1996, pág.202)”.
Outros assuntos que poderão
levar Conselheiros e Diretores a “responder civilmente pelos danos ou prejuízos que causarem, por ação
ou omissão”, nos
termos do Estatuto (§ único, art. 26) e da Lei Complementar n. 109/2001 (art. 63).
Entre eles o que está em destaque, diante da pressão dos
credores é a venda da Confiança e suas obscuridades (Esclarecimentos
necessários e urgentes, 30/5/2014): “contrato
de gaveta” não foi cumprido porque o comprador não totalizou o
aporte acordado. O que os conselheiros devem atentar é que no meio desta
indefinição a responsabilidade, perante a SUSEP, ainda é do GBOEX e não daquele
a quem deram total liberdade de gestão. Os imóveis que foram transferidos para
a Confiança, simplesmente sumiram, sem qualquer notícia sobre o seu destino.sexta-feira, 19 de setembro de 2014
RAZÕES PARA A CONVOCAÇÃO URGENTE DE UMA ASSEMBLEIA GERAL
Nota do Redator: este
texto deve ser entendido como uma carta
aberta aos conselheiros do GBOEX, dada a dificuldade de comunicação direta
e o sistemático desprezo pela opinião dos associados. E pelo fato de que tanto GBOEX como a seguradora Confiança estão em
situação de insolvência, passíveis de Liquidação Extrajudicial, por
apresentarem o GBOEX uma insuficiência de 83% do Patrimônio Líquido Ajustado (PLA)
em relação ao Capital Mínimo Requerido (CMR) e a Confiança por motivos óbvios,
por apresentar um PLA negativo de R$ 88.085.695
(julho/2014).
Razões
para uma AÇÃO CAUTELAR COM PEDIDO DE LIMINAR
Objeto: Convocação de uma AGE com o objetivo de “Tomar
conhecimento da situação patrimonial da entidade, deliberar sobre providências
cabíveis para proteger o patrimônio do GBOEX e os direitos dos associados”.
Liminar: Suspensão do Leilão de imóveis marcado para dia 27/9/2014 e
da venda de ativos até decisão da AGE.
A Assembleia Geral (AG), nos termos do inciso III, art. 21,
do Estatuto, é o órgão soberano para “deliberar sobre matérias de relevância
para a Entidade”. Cabe ao Presidente do Conselho Deliberativo convocar uma AGE
“em situações de urgência e de
relevância, assim consideradas pelo plenário do CD”, nos termos da letra
“a”, inciso II, Art. 22, do Estatuto.
Diante disso, vou listar as razões para o plenário do CD
considerar a situação atual como “de
urgência e de relevância”, para convocar uma Assembleia Geral
Extraordinária. Acredito que, depois de anos de alertas sem qualquer reação do
CD, chegamos ao limite em que os conselheiros deverão tomar uma decisão, pela
AÇÃO ou pela OMISSÃO.
A AÇÃO de convocar uma AGE para compartilhar com os
associados os problemas existentes e acolher as deliberações.
A OMISSÃO será não convocar a AGE e assumir a
responsabilidade pelo que, a seguir, será exposto:
Saliento que as razões que serão expostas, serão as mesmas
para pleitear, via MPF ou judicial, a convocação desta AGE com medida liminar
de suspensão do leilão marcado para dia 27/9/2014 e da venda de qualquer ativo,
em especial, o controle acionário da Confiança.
Preliminarmente, será
mostrado que (transcrição de trechos da Ação Cautelar com pedido de liminar que
está sendo elaborada):
Sobre a conivência da SUSEP
No ano
de 2003, Péricles protocolou denúncia contra o GBOEX, seus diretores e
conselheiros e pedia a intervenção da SUSEP para cessar as perdas patrimoniais,
provocadas pelo descumprimento de leis, normas, instruções que dispõem sobre as
Entidades de Previdência Privada e do Estatuto Social, o que redundou no
processo administrativo SUSEP no. 15414.200170/2003-59.
Apesar
de o
relatório da fiscalização SUSEP/DEFIS/GRFRS No.
019/2003 (fls. 1-10, julho/2003) ter concluído que no “presente caso, o desequilíbrio atuarial da carteira de pecúlio configuraria
circunstância isolada que permitiria à SUSEP a aplicação da medida”, o
caso rolou de gaveta em gaveta,
com
“enorme inércia burocrática”,
“manipulado sob critérios gerenciais frouxos”, conforme constatação da
própria SUSEP (Relatório do chefe do
DECON/GEACO/DIMES, 13/5/2006, fls.1451-1454).
Uma das
tentativas de engavetamento é digna de nota: o já citado relatório do chefe do
DECON/GEACO/DIMES, registra uma tentativa de evitar a sugerida remessa da
denúncia à apreciação do Conselho Diretor da SUSEP, “provavelmente por haver
considerado grave o assunto”. “Em despacho virtualmente ilegível, de signatário
não propriamente identificado, rabiscado informalmente, diz-se que a matéria
não é digna da atenção do Órgão Colegiado da SUSEP. Ao lado do referido
garrancho, novo despacho, desta feita enviando os autos, a pedido, ao Sr.
Eliézer Tunala”.
Provocado
por Péricles, a Procuradoria Geral da SUSEP desarquivou o processo no
15414.200170/2003-59 porque “havia sido arquivado sem haver ainda decisão
definitiva em sede administrativa” e o encaminhou para reavaliação do
DEFIS “tendo em vista os argumentos aduzidos pelo reclamante”.
Tocado
por Péricles, o citado processo, com “enorme
inércia burocrática” e “manipulado sob critérios gerenciais frouxos”
produziu uma sucessão de pareceres, em uma prática que anos depois foi apontada
pelo MPF/RS (PARECER TÉCNICO ASSESP PR/RS N° 038/2014, 10/4/2014), “juntados
por diferentes departamentos da SUSEP, contexto de absoluta
compartimentalização em que cada unidade restringe-se ao seu campo de atuação,
no âmbito de suas estritas atribuições, especificadas em Regimento Interno da
autarquia. Com isso, contudo, não foi promovida análise sistêmica da conjuntura
global das operações da supervisionada, requisito obrigatório para agir
preventivamente e minimizar riscos de solvência, pois além do desequilíbrio
atuarial do produto Taxa Média, outros fatores concorreram para a redução
patrimonial do Grupo GBOEX”.
No meio
desse cipoal de pareceres sem uma análise sistêmica, a condenação de uma massa
de mais de 150 mil associados que passaram mais de 50 anos pagando. Um dos
pareceres (Termo de Diligência Fiscal SUSEP/DEFIS/GRFRS No.
007/2005, 30/5/2005, fls. 1269/70), reconhece a insolvência do plano de
pecúlios e simplesmente aponta, como saída “sem sobrecarregar o resultado
positivo dos outros produtos da entidade, nem os seus resultados financeiros e
patrimoniais”, “sacrificar o produto através da aplicação de reajustes
técnicos, o que possibilitaria levar o produto à expiração de forma mais
equilibrada” e reconhece que isso será “motivo de insatisfação a grande número
de associados, vez que se trata de produto que representa praticamente ¾ da
carteira de pecúlios da entidade, aceleraria sobremaneira o processo de
expiração do produto, pela expulsão da parcela mais jovem de participantes, o
que exigiria mais e mais reajustes técnicos, realimentando um ciclo de extinção
do produto e de sobrecarga gradativa para os que remanescessem no plano”.
O
citado processo foi arquivado, deixando como única providência do órgão
fiscalizador, a recomendação para o GBOEX aplicar reajustes técnicos para
“sacrificar o produto”, através da “expulsão” dos associados.
Ou
seja, a SUSEP orienta que aquele tenente Péricles, de 22 anos, que entrou no
GBOEX, em 1964, seja enxotado, através da aplicação de sucessivos reajustes que
tornem a mensalidade insuportável e o levem a pedir sua exclusão, deixando para
trás 50 anos de contribuição.
Sobre a
sistemática negativa em convocar uma AGE
Depois de se convencer que a SUSEP não cumpriria com o seu
objetivo legal de “proteger os
interesses dos participantes e assistidos dos planos de benefícios” (inciso VI,
art. 3º, LC n. 109/2001), Péricles resolveu buscar a convocação de uma
Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com o objetivo de “Tomar conhecimento da situação patrimonial da entidade, deliberar sobre
providências cabíveis para proteger o patrimônio do GBOEX e os direitos dos
associados”.
Foram várias as petições feitas para que o Conselho
Deliberativo convocasse uma AGE para deliberar sobre matérias de relevância
para a entidade, como perdas patrimoniais apontadas pela SUSEP e pelo atuário
da entidade e a decretação da insolvência do plano de pecúlios pela SUSEP e já
sinalizada pela avaliação atuarial.
Em 29 de março de 2007,
na resposta do Presidente do GBOEX (resumido): “não se vislumbra nenhuma
incerteza, tampouco qualquer desequilíbrio operacional. Contrariamente, há
liquidez e solvência”. “Resta evidente e demonstrado que o assunto em questão
não requer Assembleia Geral, tampouco comissão para identificar
responsabilidades por perdas patrimoniais, porquanto adstrito e competência dos
órgãos superiores da administração do GBOEX, com o acompanhamento da SUSEP”.
“Inegavelmente, parece-nos que a hipótese está longe de desafiar a convocação
da Assembleia Geral pretendida, nada justificando uma reunião dessa espécie”.
“De sorte que entendemos totalmente descabido dar conhecimento ao quadro social
de perdas patrimoniais que entendemos inexistentes”.
Em 4
de abril de 2007: em carta endereçada aos Conselheiros do GBOEX, Péricles repisa
a necessidade de uma AGE, diante da relevância dos indicadores que apontavam
para a insolvência da entidade.
Em 11
de abril de 2007: Péricles reitera a necessidade de levar a AG, em sessão
extraordinária, matéria de relevância que ameaçam a própria existência da
entidade e a resposta do Presidente do GBOEX foi um seco “não”, porque
“entendemos impertinente a hipótese ventilada para amparar a convocação
extraordinária da Assembleia Geral, pois, como demonstrado à saciedade,
inexistem bases suficientes à matéria indicada em sustentação da ordem do dia”,
porque “inexistem as alegadas perdas patrimoniais, e não se antevê nenhum
alerta ou qualquer desequilíbrio operacional” e ademais, “o controle é exercido
pela superior Administração do GBOEX, procede a respectiva filtragem do
cabimento, ou não, na instalação da assembleia” e arrematado com um
“enfatize-se que o enfocado dispositivo estatutário não existe para ser
utilizado inadequadamente, e muito menos para satisfazer pretensões infundadas,
devendo funcionar, unicamente, quando oportuno e plausível o debate,
circunstâncias que inocorrem no caso, eis que o tema é de gestão eminentemente
administrativa e já vem sendo equacionado pela superior administração do GBOEX,
com o regular acompanhamento do órgão fiscalizador, a SUSEP”.
Em 8
de fevereiro de 2008: nova investida e nova negativa (resumido): “é
evidente que o pleito não enseja a realização de uma Assembleia Geral por estar
merecendo por estar merecendo constante acompanhamento do CD e da SUSEP”.
Em 22 de setembro de 2008: nova investida
e nova negativa.
Em 12
de junho de 2009: nova investida em que Péricles, diante da sistemática
negação dos problemas apontados, resolveu nomear os de maior relevância. Perdas
médias mensais da ordem de R$ 3 milhões, nos últimos dez anos, apontadas pela
SUSEP.
Queda de 52% no PL e de mais de 70% na sua
Liquidez, no período de 2006/2009, confirmando o alerta feito pela SUSEP, em
2005, de que “tanto o Patrimônio Líquido como a Liquidez apresentada pelo GBOEX
podem se deteriorar rapidamente” (in, parecer SUSEP/DECON/GEACO/DIMES/849/2005).
A transferência da metade dos imóveis
destinados à garantia do pagamento dos pecúlios, para minimizar a insolvência
estrutural da seguradora Confiança, pertencente ao Grupo GBOEX.
Nesta petição, a comunicação de que se não
fosse convocada uma AGE com o fim específico de “Tomar conhecimento da
situação patrimonial da entidade, deliberar sobre providências cabíveis para
proteger o patrimônio do GBOEX e os direitos dos associados”, Péricles
recorreria o Ministério Público.
Péricles protocolou, em 21/01/2010, uma representação junto à
Procuradoria Regional da República – 4ª Região contra GBOEX GRÊMIO BENEFICENTE,
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e Conselheiros e Diretores do
GBOEX por perdas patrimoniais causadas pelo descumprimento de leis, normas e
instruções que dispõem sobre as Entidades de Previdência Privada. Dita
representação gerou o Inquérito Civil Público n. 1.29.000.000020/2010-97
que tramita na Tutela Coletiva e que tem, como interessado, o impetrante.
Ouvidos
SUSEP e GBOEX, nenhuma das acusações feitas foi contestada e a prova disso é
que o MPF emitiu pareceres que confirmam as denúncias feitas.
CALOTE: PREVISTO DESDE A COMERCIALIZAÇÃO.
REAJUSTES ILEGAIS E MÁ
GERÊNCIA ADMINISTRATIVA
PARECER TÉCNICO
MPF SUGERE INTERVENÇÃO DA SUSEP
(...)
TRÊS ANOS DEPOIS MPF CONSTATA: DESPESAS AUMENTAM 50%, PL CAI
50% E SUSEP NADA FEZ ALÉM DE GARANTIR O PAGAMENTO DOS BANCOS COM A VENDA DOS
IMÓVEIS.
(...)
(...)
(...)
(...)
(...)
SITUAÇÃO GRAVE, EXIGE DELIBERAÇÃO URGENTE DA AG:
GRUPO GBOEX É PASSÍVEL DE LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL
Tanto GBOEX como a seguradora Confiança estão em situação de
insolvência, passíveis de Liquidação Extrajudicial, por apresentarem
o GBOEX uma insuficiência de 83% do PLA em relação ao CMR e a Confiança por
motivos óbvios, por apresentar um PLA negativo de R$ 88.085.695.
De acordo
com a Resolução 282/2013, do CNSP, a empresa passa à situação de insolvência
quando seu Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) é inferior ao Capital Mínimo
Requerido (CMR) e passível de Liquidação Extrajudicial se a insuficiência for
superior a 70% (A
insolvência da Confiança, 12/12/2013).
No quadro abaixo a evolução do
PLA das duas empresas e o do Grupo GBOEX.
A
ALIENAÇÃO DOS IMÓVEIS GARANTIDORES DOS PECÚLIOS
Dos imóveis transferidos para a
Confiança, só restam 5%, os demais foram queimados na fornalha da insolvência.
E os
demais serão queimados com a insolvência do GBOEX. No Balanço Patrimonial de
junho/2014, depois de expor uma insolvência, repita-se, passível de LIQUIDAÇÃO
EXTRAJUDICIAL, registrou: “Eventos
Subsequentes: visando sanar a insuficiência de Patrimônio Líquido Ajustado
em curto prazo, o GBOEX realizará a alienação de parcela dos seus ativos
imobiliários, os quais se encontram subavaliados contabilmente, em vista de
suas depreciações, e sem possibilidade legal de reavaliação a valor justo de
mercado. Para tal, utilizará a modalidade de leilão, que possibilita a
alienação com menor custo. O leilão, cujo edital se encontra publicado,
ocorrerá em 27 de setembro de 2014”.
SEM
PREÇO MÍNIMO É QUEIMA DE IMÓVEIS
Nas Condições de Venda do leilão a observação de que o “valor informado como Lance Inicial não significa o preço mínimo para a venda em leilão e sim o valor para abertura de pregão”. Ou seja, não existe preço mínimo! Em leilões, é normal a informação sobre Valor Mínimo e Valor de Avaliação. Ou seja, não será uma venda de imóveis, mas uma QUEIMA DE IMÓVEIS pelo preço que aparecer.
Nas Condições de Venda do leilão a observação de que o “valor informado como Lance Inicial não significa o preço mínimo para a venda em leilão e sim o valor para abertura de pregão”. Ou seja, não existe preço mínimo! Em leilões, é normal a informação sobre Valor Mínimo e Valor de Avaliação. Ou seja, não será uma venda de imóveis, mas uma QUEIMA DE IMÓVEIS pelo preço que aparecer.
O
leilão é justificado porque “possibilita a alienação com menor custo”, mas a
comissão de corretagem é de 5%! Qualquer corretora de imóveis venderia pelo
mesmo preço ou até por menos.
MILHÕES PERDIDOS: MÁ GERÊNCIA
ADMINISTRATIVA
Para
mostrar a insensatez que impera na gestão do patrimônio do GBOEX, basta analisar
a crítica feita pelos peritos do MPF (Parecer Técnico ASSESP PR/RS 038/2014):
no período de 2010-2013, apesar da promessa do presidente do GBOEX, as Despesas
Administrativas do Grupo GBOEX cresceram quase 50%, consumindo um total de R$
377 milhões, em quatro anos.
Tivessem
congelado as despesas teriam economizado uns R$ 60 milhões e se tivessem
adotado uma economia de guerra, adequada para a situação, teriam economizado uns
R$ 200 milhões.
E não
venham, os conselheiros, me dizer que não era possível porque eu provo que é
possível. Só em remuneração de conselheiros e diretores eu baixaria uns R$ 12
milhões, visto que em 2010 e 2011 a remuneração seria zero, na forma da
legislação (O
salário do CD e DE, 14/8/2014).
Eu faço
um desafio ao CD: eu provo que é possível atingir a meta “Economia de Guerra”.
A VENDA
DA CONFIANÇA
Em Obscuridades
na Confiança (20/5/2014) alertava que “algo muito sério está acontecendo na seguradora
CONFIANÇA, controlada, quase que integralmente (99,964%) pelo GBOEX e que está
sendo ocultada dos seus associados que estão vendo a dilapidação do Patrimônio
da entidade com a insolvência da CONFIANÇA”.
Em Esclarecimentos
necessários e urgentes (30/5/2014), diante do completo silêncio
do GBOEX sobre a venda da seguradora, divulguei um questionamento feito do
presidente do GBOEX e que o seu silêncio seria considerado com a confirmação do
que estava sendo questionado.
Baseando-se
nos demonstrativos divulgados pela SUSEP e nas informações confirmadas faço a
reconstituição do que deve ter sido a operação de venda da Confiança:
1.
O GBOEX “celebrou um acordo de gaveta para a
venda das ações da seguradora, aceitando promessas dos compradores que fariam
aportes de valores expressivos para sanear a seguradora”, elegendo, na AGO de
31/3/2014, três diretores representantes dos compradores com poderes de
administração imediatos. Uma equipe da SUSEP que realizava fiscalização na Confiança
ficou com uma cópia da Ata da AGO.
2.
Após alguns dias o diretor eleito e
representante do investidor comunicava a desistência na aquisição, diante da
auditoria contábil realizada. Nova ata foi feita com a retirada deste diretor
que, segundo me informaram, “com a concordância da administração do GBOEX (o
que) afronta e desrespeita o Estatuto, a legislação e as normas da SUSEP,
consistindo o ato, em irregularidade beirando a fraude, pois, nenhum momento,
considerou os envolvidos, o fato de que uma cópia da ata original já havia sido
entregue à equipe de inspeção da SUSEP que à época se encontrava na sede da
seguradora”.
3.
Neste mês de março/2014, o Passivo do GBOEX
registra um ingresso de R$ 3 milhões, na rubrica Contas a Pagar/Outras Contas a
Pagar, que é transferido para a Confiança, em abril/2014, rubrica Depósitos de
Terceiros/ Acionistas – Conta Depósitos e para a rubrica Aumento/Redução de
Capital (Em Aprovação), em maio/2014.
4.
No Ativo da Confiança, verifica-se que foram
alienados imóveis no valor contábil de R$ 26 milhões.
5.
Informação recebida de um credor da Confiança:
como não entrou novo investidor, os pagamentos estão sendo feitos com a venda
dos imóveis (“estão recebendo R$ 10 milhões por mês, estão pagando primeiro os
sinistros menores e aqueles que a justiça mandar pagar, depois vão pagar os
sinistros maiores, depois os corretores e, por último, as oficinas”) o que se
confirma com a constatação de que os imóveis foram vendidos.
Resumo: A venda dos imóveis
não foi suficiente, pois o PLA da Confiança está em (-) R$ 87 milhões e ninguém
vai querer comprar uma bomba dessas, passível de liquidação extrajudicial. A
não ser que muito dinheiro já tenha saído pelo ralo. Tudo como eu havia
previsto em Evacuando
o quarteirão (13/5/2011): “Por
“evacuando o quarteirão” entende-se, no caso em pauta, a operação de esvaziar o
GBOEX, retirando dele o patrimônio formado para garantir o pagamento dos
pecúlios e a saída gradual e voluntária dos responsáveis pelas perdas
patrimoniais”.
O QUE
DEVE SER EXPLICADO EM UMA ASSEMBLEIA GERAL
Explicações
que a Assembleia Geral vai pedir aos Conselheiros e Diretores do GBOEX:
1.
PERDA DE IMÓVEIS PARA A CONFIANÇA: ao ajustar a Confiança às novas regras de solvência
implantadas em 2008, com o aumento do Capital Mínimo Requerido (CMR), por que
foi aumentado o Patrimônio Líquido da seguradora, em vez de reduzir despesas
para aumentar o PLA e por que não foi modificado o perfil de operação (produtos
e área de atuação) visando reduzir o CMR? A decisão foi exatamente ao
contrário, ou seja, capitalizar a seguradora com os imóveis do GBOEX e manter o
mesmo perfil, com uma atuação nacional e com o mesmo portfólio, com uma
carteira de automóveis, sem ter condições mínimas de ser competitiva.
2.
SALÁRIOS
INDEVIDOS: Por que o CD não cumpriu, nos
anos de 2009, 2010 e 2011, a legislação que só permite que seja fixada
remuneração de Conselheiros e Diretores quando no ano anterior tenha dado lucro
(O
salário do CD e DE, 14/8/2014)?
3.
APLICAÇÕES
DE ALTO RISCO: Por que o CD permitiu que fossem efetuadas
aplicações em CDB junto ao liquidado Banco BVA, consideradas pelo MPF como
investimento de alto risco, quando o Estatuto (art. 67) manda que “os recursos
do GBOEX deverão ser aplicados, dentro de critérios de rentabilidade, de
segurança e de liquidez, em imóveis, em títulos ou em valores mobiliários,
observadas a diversificação e as condições de mercado”, comprometendo recursos
que representavam, em maio/2013, percentuais expressivos do PL do GBOEX (10,6%)
e da Confiança (23,5%)?
4.
REDUÇÃO
DE DESPESAS: Por que não foi feita a redução de despesas
prometidas ao MPF e que poderiam ter gerado uns R$ 200 milhões, no período
2010-2013, suficiente para resolver os problemas de solvência que estão
consumindo com os ativos garantidores do pagamento dos pecúlios?
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