“A vitória da verdade é certa”
Auguste Rodin
Auguste Rodin
“Ainda
que se trate de entidade privada, é inegável que o agravante GBOEX gere,
diga-se assim, recursos de terceiros ao oferecer produtos atinentes à previdência
complementar, advindo daí o interesse público (coletivo) de informações
atinentes à sua atuação e a de seus sócios no concernente ao objeto social da
instituição. E, aparentemente, a esse respeito versam as informações veiculadas
no blog do agravado, não se visualizando, de pronto, afronta à
privacidade, nem uso não autorizado das imagens dos sócios”. (Des. Eugênio
Facchini Neto, AI n. 70067250290, 9ª CC, TJRS, 12/11/2015)
Neste texto serão prestadas informações aos associados sobre dois assuntos: a Sentença de uma das duas ações que o GBOEX ajuizou contra Péricles (pode ser acessada pelo link) e o Informativo GBOEX 1/2017.
A Sentença
Foi julgada IMPROCEDENTE
mais uma investida do GBOEX para calar Péricles, para evitar que exponha a
verdade sobre a operação que visa expulsar os associados que passaram mais de
50 anos contribuindo, através de reajustes na contribuição considerados ilegais
pelo MPF. Cabe, no entanto, recurso.
ACUSAÇÃO
Na acusação consta que
Péricles afirmou que o GBOEX teria cometido CALOTE, ENGODO, FRAUDE, DESFALQUE;
que o GBOEX teria montado ARAPUCA, FARSA e SAQUEADO SEUS ASSOCIADOS.
E que diretores e
conselheiros do GBOEX teriam protagonizado ACORDO DE GAVETA, NEBULOSAS
TRANSAÇÕES, CHARLATANISMO; que teriam sido CONIVENTES, ARROGANTES,
IRRESPONSÁVEIS e INCOMPETENTES; que estariam “saindo de fininho para se verem
livres das penas da lei”; que estariam associados “com quadrilhas e
falcatruas”; que teriam “dilapidado o patrimônio da empresa reduzindo-a à
insolvência” e que os valores de seus salários seriam ilegais e indevidos.
CONTESTAÇÃO
Foram quinze dias e 533
páginas para expor a VERDADE sobre o GBOEX, o CONTEXTO em que deveriam ser
avaliadas as acusações.
Da Sentença de 41 páginas (formatação do
autor):
·
“Entendo
que não é possível considerar o ataque do requerido (Péricles) aos autores
apenas citando palavras fora do contexto”.
·
“Como
se pode considerar que ‘dilapidação do
patrimônio do GBOEX e consequente calote’ sejam palavras que
atingem à honra dos Administradores e Conselheiros, quando há notícia de aumento absurdo das mensalidades pagas pelos
associados por sugestão da SUSEP e quando os imóveis adquiridos
pelo GBOEX FORAM transferidos para a Seguradora Confiança que os VENDEU? ”.
·
“... o que
levou os associados a romperem seus planos de pecúlio com o GBOEX foram os
constantes aumentos e os elevados valores das mensalidades, conforme consta
do Inquérito Civil. Torna-se
difícil entender pela ofensa à honra dos autores, quando os fatos trazem uma
carga de veracidade e são demonstrados através de dados e documentos da
própria instituição”.
·
“Quanto à
má administração, as publicações trazem o registro do MPF sobre os
planos de pecúlio, no ICP 20/2010 – 97, fls. 247-49: “Vislumbra-se
que o plano de pecúlio que a GBOEX não
corre o risco de insolvência desde agora, ou recentemente, mas sim desde que começou a comercializar as
apólices de seguro que não teria como adimplir, sendo desrazoado premiar a má gerência
administrativa onerando consumidores inocentes e vítimas de uma prática
contratual patológica”.
·
“Ainda que contundentes as críticas e opiniões emitidas pelo requerido
(Péricles), não se pode negar que
são baseadas em dados e fatos que revelam toda a perda patrimonial que veio a impossibilitar o pagamento dos seguros contratados por seus
associados, apesar de terem esses contribuído por lapso de tempo superior a
50 anos, ou seja, durante toda a vida. Contribuíram com o pagamento de mensalidades, pretendendo assegurar
um futuro para seus familiares e, ao final, nada receberam”.
·
(Questiona
a magistrada): “Como não levar isso em CONTA? ”.
·
Face ao exposto, REVOGO a liminar deferida e JULGO IMPROCEDENTE a ação
condenatória em obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar.
|
Informativo GBOEX 2017
É inacreditável que insistam em alardear
TRANSPARÊNCIA, enquanto, na verdade, estão mantendo os seus velhos associados
iludidos, na CULTURA DO CONTENTAMENTO.
Basta ver este informativo com 20
páginas e uma tiragem de 42.600 exemplares, das quais, fora o editorial, a
notícia sobre a reforma do Estatuto e uma informação sobre os produtos
comercializados, as demais, nada, absolutamente, nada tem de interesse dos
associados:
...uma sobre “A importância de castrar seu bichinho de estimação”,
...outra sobre “Tampinhas plásticas ajudam muita gente”,
...outra sobre “Sorriso 100% saudável”
...e, as demais, sobre comemorações,
turismo, eventos militares, mas nada sobre o essencial e que está levando os
associados a pedir cancelamento, após mais de 50 anos de contribuição por não
mais conseguir acompanhar os absurdos reajustamentos feitos na contribuição.
O editorial
é uma montagem de declarações que não suportam o mínimo cotejo com a realidade.
Vejamos os principais tópicos:
“honrar compromissos e proteger o futuro”.
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É inacreditável
uma empresa dirigida por oficiais do Exército, tidos pela sociedade como
sérios, corretos e transparentes, alardear que é reconhecida “pelos seus
valores de Tradição, Solidez e Segurança”, que a sua maior preocupação “tem sido assegurar a efetividade de uma
administração focada em honrar seus compromissos e assim proteger o futuro de
muitas famílias” e que está há “104 anos protegendo e garantindo” a
segurança de seus milhares de associados quando a sentença, acima relatada,
registra que “Quanto à má administração, as publicações trazem o
registro do MPF sobre os planos de pecúlio, no ICP 20/2010 – 97,
fls. 247-49: “Vislumbra-se que o plano de pecúlio que a GBOEX não corre
o risco de insolvência desde agora, ou recentemente, mas sim desde
que começou a comercializar as apólices de seguro que não teria como adimplir,
sendo desrazoado premiar a má gerência
administrativa onerando consumidores inocentes e vítimas de uma prática
contratual patológica”.
Ou seja, conforme consta, também, na sentença: (no
blog) “quando venderam o plano
de pecúlios ao jovem tenente Péricles, lá em 1964, já sabiam que não teriam
como pagar o pecúlio para sua esposa e filhos”. Para Péricles e os
milhares de civis e militares que acreditaram nos oficiais do Exército que
comandam o GBOEX, nestes últimos trinta e tantos anos.
A
SUSEP, por solicitação do MPF, informou que, até setembro/2015, ou seja, dois
anos atrás, quase 40 mil associados pediram exclusão por não mais suportar o
valor da mensalidade reajustada exatamente para que se tornasse impagável e
levasse o associado a pedir sua exclusão. É
possível imaginar alguém passar mais de 50 anos pagando para ter um benefício
e, deliberadamente, desistir perdendo tudo que pagou? Claro que não!
Esta
operação de expulsão dos associados foi montada a partir de um parecer da SUSEP
(maio/2005) que não vislumbrava alternativa para a insolvência do GBOEX que não
fosse SACRIFICAR O PRODUTO (plano de pecúlios), “através da aplicação de reajustes técnicos, o que possibilitaria levar
o produto à expiração de forma mais equilibrada”, mas, conforme alertou a
SUSEP em seu parecer técnico, “iria se constituir em motivo de insatisfação a
grande número de associados”.
“O GBOEX faz questão de manter com seus associados uma relação
duradoura”.
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Beira à desfaçatez, repita-se, o
GBOEX apregoar que “faz questão de manter com seus associados uma relação
duradoura”, depois de se verificar, na tabela acima, que 40 mil (até setembro/2015)
foram literalmente expulsos, depois de mais de 50 anos de contribuição e dos
dados da SUSEP que dão conta de que, no período de janeiro/2001 a maio/2017, quase um milhão de consumidores entraram
e saíram do GBOEX deixando a polpuda quantia de quase R$ 165 milhões para
espertos corretores e seus parceiros, sem nada levar de benefício,
conforme mostra a tabela abaixo.
Esta, a relação
duradoura que o GBOEX vem apregoando, duradoura nas gordas comissões
que vem proporcionando.
O GBOEX tem a desfaçatez de registrar que “em tempos em que a longevidade está
cada vez mais presente e há insegurança em relação à previdência pública, empresas com o perfil do GBOEX se fazem
mais importantes”, quando, na realidade, está EXPULSANDO, no dizer do MPF,
seus velhos associados, integrantes de uma massa cuja idade média já ultrapassa
os 80 anos e raros são aqueles com menos de 60 anos.
Existe maior prova
de INSEGURANÇA do que saber que o MPF constatou que o GBOEX manteve uma massa
de milhares de associados iludidos por mais de cinquenta anos, desde a
comercialização do seu plano de pecúlios, sabendo que não poderia pagar o
pecúlio contratado e que, no fim, monta um plano para expulsá-los, conforme
confirmam os dados da SUSEP?
Existe maior prova
de INSEGURANÇA do que saber que, a partir de 2001, quase UM MILHÃO de consumidores contrataram o plano de pecúlios do GBOEX, se
arrependeram e pediram exclusão perdendo tudo que haviam pago?
Mais um engodo:
GBOEX, um gigante da previdência privada
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Registra o editorial que o “GBOEX
completou, em maio, 104 anos de existência, sendo uma das maiores Entidades
Abertas de Previdência Privada Sem Fins Lucrativos do Brasil”, sendo que, “em
2016, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados, o ramo das
EAPPs, captou na ordem de R$ 460 milhões de reais em contribuições” e que “a
participação do GBOEX correspondeu a 57% desse montante”.
O
GBOEX está ENGANANDO porque passa
a ideia equivocada de que o GBOEX é um gigante da previdência privada. Este
segmento EAPP/SFL responde por parcela insignificante do mercado segurador e
reúne as caixas de
pecúlios que deveriam ter sido liquidadas no fim dos anos 70.
Segundo o Relatório da CPI da
Previdência Privada (Câmara dos Deputados, 1996, pág. 16 a 29), essas EAPP/SFL,
consideradas ARAPUCAS, deveriam ter sido liquidadas, em 1977, a bem do
interesse público, cujos planos não tinham consistência atuarial, para dizer o
mínimo. Em 1996, segundo o relatório da CPI, ainda existiam 21 dessas entidades
sendo que a maior delas, o GBOEX, possuía patrimônio líquido equivalente a 63%
do total geral. Ou seja, o GBOEX
continua sendo o maior dos rombos da Previdência Privada.
E dizia mais o citado relatório,
confirmado pelos dados da tabela que mostra o entra-e-sai de quase um milhão de
consumidores que entraram, se arrependeram, mas deixaram milhões em comissões
para espertos corretores e seus parceiros: “Legalmente ainda se enquadram como
entidades de previdência, mas suas atividades não apresentam correlação que
justifique esse enquadramento. O vínculo com a previdência privada se dá pela
associação de pessoas via pecúlios, que nunca são comprados espontaneamente em
função do produto, mas sim vendidos, acompanhados de promessas de empréstimos e
outros artifícios. O pouco de
receitas obtidas na venda de planos de renda é conseguido em decorrência do
pagamento de comissões absurdas a vendedores (in, Relatório CPI
Previdência, Diário da Câmara dos Deputados, Suplemento, 12/1996, p28) ”.
Novo
Estatuto: quantos participaram da AGE, 200, 300?
E a Ata da
AGE com número de sócios habilitados e participantes?
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O Conselho Deliberativo do GBOEX
alardeia, em “Ação inédita aprova novo Estatuto Social do GBOEX”, que realizou
uma assembleia geral extraordinária (AGE) para aprovar “seu novo Estatuto
Social”, que o sucesso foi total que, “agora estamos mais transparentes”.
Agora “estamos mais transparentes”, mas pergunta-se: quantos associados
estavam habilitados a participar da AGE e quantos participaram? A pergunta é
pertinente porque na última AGE a presença não deve ter passado de 300
associados participantes-efetivos e desafio que apresentem a ata de presença
com a relação nominal para me desmentir.
E O PECÚLIO CADA VEZ MAIS CURTO
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Minha mãe acaba de falecer com quase
99 anos. Era associada do GBOEX, desde 01/4/1956. Sua última contribuição
(julho/2017) foi de R$ 379,82 e o pecúlio que deixou foi de R$ 56.182,72.
Registro a depreciação do Pecúlio, fruto, conforme constatado pelo MPF, da “má
gerência administrativa onerando consumidores inocentes e vítimas de uma
prática contratual patológica”.
A Taxa Milesimal (TxM) é a
mensalidade devida para R$ 1 mil e deveria se manter constante, ao longo de
todo o contrato, ou seja, até a morte do associado. Deveria, se o plano de
pecúlio fosse atuarialmente equilibrado o que o MPF constatou que estava muito
longe disso.
O gráfico mostra a evolução da TxM
com a acentuada inflexão provocada pelo início da operação de expulsão dos
associados, da “extinção do produto”, no dizer dos burocratas da SUSEP,
insensíveis ao impacto negativo em milhares de consumidores, vítimas, também,
da conivência do órgão controlador.
Consideremos os valores da TxM em
junho/1982 (1,06), um ano depois de este grupo de oficiais do Exército assumir
o comando do GBOEX e novembro/2003 (2,43) para comparar com o valor atual
agosto/2017 (6,76). Verifica-se que o Pecúlio que deveria ser de R$ 358 mil
encolheu para R$ 56 mil. Para calcular o pecúlio devido basta multiplicar a
mensalidade por mil e dividir pela TxM correspondente.
Para encerrar: neste ano
de 2017 fecham-se 20 anos de enfrentamento com este grupo que comanda o GBOEX sem
que uma brecha tenha deixado que me obrigasse a corrigir. Não me desviei um
milimetro do caminho traçado o que não foi difícil, pois é fácil trilhar o
caminho da verdade. Como assegurou
Auguste Rodin, em carta testamento, conclamando os jovens a perseverarem no caminho da verdade porque “A vitória da verdade é certa”.
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