O GBOEX está explorando o que
pode os seus velhos associados que passaram os últimos trinta anos pagando suas
mensalidades pensando que estavam assegurando o futuro de suas famílias, que
pertenciam a uma entidade vigorosa, dirigida por oficiais do Exército, mas que
chegaram a triste conclusão que foram caloteados e que estavam, na realidade, sustentando
um grupo de oficiais do Exército com salários na faixa dos R$ 15 mil aos R$ 30
mil.
Enquanto o associado não
desiste ele vai sendo explorado por corretores, devidamente orientados pelo
GBOEX, que auferem fortunas em comissões de agenciamento, conforme já explicado
(GOLPE MAIOR QUE O MENSALÃO). A tabela
mostra dados atualizados sobre este grande calote.
Como disse o associado, em CALOTE NOS VELHOS ASSOCIADOS, “o que mais
sinto é vergonha por saber que os dirigentes do GBOEX são oficiais”.
Observações sobre as
variações na carteira de pecúlios do GBOEX de janeiro/2001 até setembro/2015.
1. A carteira tinha
264.108 pecúlios (jan/2001), chegou a ter 345.516 pecúlios (abr/2006) e está
reduzida a menos da metade, com 154.684 pecúlios (set/2015).
909.083 INCLUSÕES
2. Neste período
ingressaram 909.083 pessoas, ou através de EMPRÉSTIMO CONSIGNADO ou pela
EXPLORAÇÃO dos velhos associados.
3. Nos primeiros
anos, o ingresso era condição imposta para obter um empréstimo consignado em
folha de pagamento, na ilegal VENDA CASADA. Concluído o empréstimo, pedia
cancelamento.
4.
Nos últimos dez anos, predominantemente, os
cancelamento são devidos a EXPLORAÇÃO que o GBOEX faz dos seus velhos
associados que são assediados por espertos corretores, em uma operação ilegal. Centenas
de queixas mostram que o esquema era o seguinte: alguém se dizendo do GBOEX
ligava para agendar uma atualização cadastral que prontamente era acertada com
o idoso. Depois um corretor se apresentava, preenchia um formulário, o idoso
assinava e, meses depois, alguns percebiam que o desconto para o GBOEX, no seu
contracheque, tinha aumentado em muito. Aqueles que percebiam, reclamavam e era
prontamente feito o cancelamento, mas com um detalhe: sem devolução do que
havia sido indevidamente descontado, “porque a lei não permite devolução”, era
a desculpa.
5.
Nos dois casos o
corretor ( e seus parceiros) ganhava uma comissão que, no geral, é de 250%, ou
seja, as duas primeiras mensalidades e a metade da terceira vão direto para o
bolso do corretor (e de seus parceiros). E o total dessas comissões
(agenciamento) atingiu o total de R$ 132 milhões, em setembro de 2015. Ou seja,
o GBOEX montou um esquema que SAQUEOU os seus velhos associados em R$ 132
milhões.
6. Para que se veja
o absurdo: o Mensalão que escandalizou o Brasil e mobilizou Polícia Federal,
Ministério Público, Justiça Federal e o STF para condenar um monte de gente
importante, envolveu R$ 80 milhões.
7.
Detalhe sobre a
comissão de agenciamento: a coluna bem à direita indica a comissão auferida
pelos corretores (e seus parceiros) por inclusão, por exemplo, no ano de 2001:
4.282.281/44.482 = R$ 96. Verifica-se que, no ano da intervenção (2014) o valor
cresceu significativamente (R$ 497) e que neste ano de 2015 a comissão aumentou
para R$ 1.072, ou seja, quase dez vezes a média dos anos que antecederam a
intervenção (2005 a 2013). Quem será o
felizardo?
8.
Absurdo: em 2009,
a inclusão de 99.051 pecúlios custou R$ 5.171.324. Em 2015, até setembro, a
inclusão de 8.616 pecúlios custou R$ 9.235.456, ou seja, VINTE VEZES MAIS CARO!
919.606 CANCELAMENTOS
9. Cancelamento
significa que o integrante do plano de pecúlios DESISTE e pede sua exclusão.
Além daqueles que fizeram empréstimo consignado e foram obrigados e a contratar
o pecúlio e daqueles que foram enganados por corretores e pediram cancelamento,
existe um grupo que tende a aumentar, a partir da orientação dada pela SUSEP
para que os associados fossem “expulsos” através de sucessivos aumentos na
mensalidade, de forma que a tornasse impagável. Trata-se de um CALOTE que o
GBOEX está dando em uma massa de milhares de associados que passaram mais de 50
anos pagando para serem obrigados a pedir CANCELAMENTO, perdendo o que pagaram
e, importante, deixando sua família sem a proteção de um pecúlio.
10.
O procurador da
República, encarregado do Inquérito Civil Público (ICP PR/RS 20/2010-97),
aguarda, há exatamente um ano, que a SUSEP informe os números exatos dos
associados que estão sendo forçados a desistir do pecúlio por não mais suportar
o valor da mensalidade, mas o órgão controlador reluta em informar, mesmo tendo
sido ameaçado com a lei.
11. Inúmeros pedidos
de orientação sobre o que fazer. A todos tenho informado que aguardo a desfecho
do ICP. Não vejo outra saída que não seja a sua transformação em uma Ação Civil
Pública (ACP).
12. Transformado o
ICP em uma ACP, o próximo passo vai ser a convocação de uma Assembleia Geral (AGE)
para a substituição dos atuais dirigentes por gente comprometida em apurar responsabilidades
e buscar, na Justiça, a reparação pelos prejuízos causados ao GBOEX e aos seus
milhares de associados. E no rol dos responsáveis estarão diretores,
conselheiros e a União pelos danos causados pela conivência da SUSEP. As provas
reunidas no ICP geram esperanças de que se conseguirá reparar os danos causados
a esta massa de milhares de idosos cuja idade média já passa dos 80 anos.
13. A CPI da
Previdência Privada (Câmara dos Deputados, 1996) já havia alertado sobre a
possibilidade de um pedido de indenização do tipo que se pretende. Note-se o
que está registrado no Relatório da CPI (in, Diário da Câmara dos Deputados,
Suplemento, Dezembro de 1996, pág. 202): “É oportuno mencionar que o Banco
Central já foi condenado pela justiça (no TRF-RJ pelo caso Coroa-Brastel) a
indenizar pessoas que foram prejudicadas pela inépcia de sua fiscalização. Isso nos autoriza a alertar para a
possibilidade de dano ao Erário também no caso da SUSEP, se o Executivo não
adotar as medidas necessárias para aparelhar o órgão dos devidos recursos
humanos e materiais. A SUSEP não possui controles adequados que lhe permita
conhecer a situação financeira das entidades abertas, o que traz profunda
insegurança aos participantes do sistema”.
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