quarta-feira, 9 de julho de 2014

O Titanic

O ano de 1998 marcou o início da nova era no GBOEX com a saída do comandante e criador deste grupo de oficiais do Exército que comanda a entidade desde 1981, repita-se, sem qualquer oposição.
Naquela ocasião, tentaram de todas as maneiras se descolar do passado, tudo faziam para exorcizar o velho comandante, atribuindo a ele tudo o que havia de ruim ao que eu sempre reagi por ter sido testemunha da atuação omissa e submissa das lideranças que o substituíram. “Não venham querer se descolar do velho comandante, do qual são todos filhos ou sobrinhos políticos, simplesmente porque ninguém entrava para o GBOEX sem lhe beijar a mão. Sou testemunha da vassalagem dessa turma”. (Resposta ao GBOEX (1), 5/2/2013).

Recordo-me que no Informativo GBOEX (2/1998) cuja capa mancheteava “Novos Rumos Terceiro Milênio”, na matéria “A imagem moderna do GBOEX” constava “Estas mudanças, aliadas à competência e ao profissionalismo dos seus diretores e funcionários, farão com que clientes e associados se sintam orgulhosos da sua empresa. Ao contrário do Titanic, que só afundou por incompetência de seu comandante, o GBOEX continuará navegando rumo ao futuro, singrando os mares conturbados da atual economia globalizada, com a sua proa visionária bem orientada e com a mesma firmeza e soberania que sempre o nortearam durante estes oitenta e cinco anos de existência”.

 

Quinze anos depois se constata que a alardeada competência e profissionalismo dos seus diretores conseguiu levar o GBOEX para o mesmo destino do Titanic, diante da situação de insolvência que em que encontra o Grupo GBOEX, o que pode ser constatado na relação do Patrimônio Líquido com o Passivo Não Operacional.


É de estarrecer a arrogância imperante (não esquecer que associada com a ignorância leva sempre ao fracasso). Diante de todo este quadro, recentemente o coronel presidente Sérgio Renk rejeitou  sugestão minha de convocação de uma Assembleia Geral para que os associados tomassem conhecimento da grave situação e decidissem o que fazer.

Na resposta (Carta n. 030/14-CD, 9/5/2014) alega que o Balanço Patrimonial de 2013 foi aprovado, sem restrições, pelo Conselho Deliberativo e que “todas as providências cabíveis para proteger o patrimônio do GBOEX e os direitos dos associados foram adequadamente adotadas, também nada havendo a acrescentar, eis que tutelados, com a mais absoluta segurança, todos os interesses do quadro social”. Bota arrogância nisso!

É de estarrecer que estes Conselheiros, cuja função é zelar pelo patrimônio do GBOEX, tenham aprovado sem restrições, dois fatos que imputo de extrema gravidade:

O primeiro é deixar chegar ao ponto de a SUSEP empurrar “goela abaixo” um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que tem como objetivo principal garantir que empréstimo de R$ 34 milhões (aprox.) seja pago aos bancos com a venda dos imóveis do GBOEX.

E o segundo foi permitir duas aplicações CDB em um banco de terceira linha que logo depois foi liquidado (Nau à deriva, 26/8/2013), resultando em uma perda de mais de R$ 20 milhões enquanto que a seguradora Confiança era inscrita na Divida Ativa da União com uma dívida previdenciária de mais de R$ 12 milhões (A dívida previdenciária da Confiança, 2/7/2014), ou seja, a Confiança, em vez de pagar os tributos devidos, emprestou “a fundo perdido” para um banco que já estava para quebrar.

É de estarrecer, também, o silêncio de Conselheiros e Diretores do GBOEX diante deste estado de coisas.

O portal do GBOEX, na Internet, está bordado de futilidades, mas não apresenta um esclarecimento sobre o que está ocorrendo.  




Do mercado, queixas generalizadas de que a seguradora Confiança não paga sinistros, não paga as oficinas e não paga os corretores. A Prefeitura de Porto Alegre está cobrando R$ 16 milhões do seguro do incêndio do Mercado Público que a Confiança reluta em pagar, passado um ano do sinistro. O sindicato dos corretores já se mobilizou levando o assunto à SUSEP e disponibilizando assistência jurídica aos corretores caloteados.







Como se pode ler na imprensa, o SINCOR (Sindicato dos Corretores) promoverá denúncia junto ao Ministério Público e disponibilizará assessoria jurídica para ações de cobrança contra a seguradora, os acionistas e dirigentes, ou seja, CONSELHEIROS e DIRETORES estarão no polo passivo das ações de cobrança.

E o coronel Renk e seus comandados não dão satisfações, indiferentes aos danos causados ao mercado, aos consumidores e aos militares que, em última análise, são apontados como responsáveis, pois o causador de todo este estrago é o GRÊMIO BENEFICENTE DOS OFICIAIS DO EXÉRCITO.

Diante da falta de esclarecimentos, não resta outro recurso que a divulgação dos responsáveis diretos pelo que está acontecendo para que se possa cobrar, diretamente deles, alguma explicação.




Acrescente-se que CONSELHEIROS e DIRETORES são regiamente pagos com salários que na faixa dos R$ 15.000,00 aos R$ 30.000,00, partindo-se dos valores que o próprio GBOEX declarou (Os coveiros do GBOEX,, 21/10/2012) o que deve resultar em um custo anual de uns R$ 11 milhões, considerando-se o Grupo GBOEX, como um todo.



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