O ano de 1998 marcou o início da nova era no
GBOEX com a saída do comandante e criador deste grupo de oficiais do Exército
que comanda a entidade desde 1981, repita-se, sem qualquer oposição.
Naquela ocasião, tentaram de todas as maneiras
se descolar do passado, tudo faziam para exorcizar o velho comandante,
atribuindo a ele tudo o que havia de ruim ao que eu sempre reagi por ter sido
testemunha da atuação omissa e submissa das lideranças que o substituíram. “Não venham querer se descolar do velho comandante, do
qual são todos filhos ou sobrinhos políticos, simplesmente porque ninguém
entrava para o GBOEX sem lhe beijar a mão. Sou testemunha da vassalagem dessa
turma”. (Resposta
ao GBOEX (1), 5/2/2013).
Recordo-me que no Informativo GBOEX (2/1998)
cuja capa mancheteava “Novos Rumos Terceiro Milênio”, na matéria “A imagem
moderna do GBOEX” constava “Estas mudanças, aliadas à competência e ao profissionalismo dos seus diretores e
funcionários, farão com que clientes e associados se sintam orgulhosos da
sua empresa. Ao contrário do Titanic,
que só afundou por incompetência de seu comandante, o GBOEX continuará
navegando rumo ao futuro, singrando os mares conturbados da atual economia
globalizada, com a sua proa visionária bem orientada e com a mesma firmeza e
soberania que sempre o nortearam durante estes oitenta e cinco anos de
existência”.
Quinze anos depois se constata que a alardeada
competência e profissionalismo dos seus diretores conseguiu levar o GBOEX para
o mesmo destino do Titanic, diante da situação de insolvência que em que
encontra o Grupo GBOEX, o que pode ser constatado na relação do Patrimônio
Líquido com o Passivo Não Operacional.
É de estarrecer a arrogância imperante (não
esquecer que associada com a ignorância leva sempre ao fracasso). Diante de
todo este quadro, recentemente o coronel presidente Sérgio Renk rejeitou sugestão minha de convocação de uma Assembleia
Geral para que os associados tomassem conhecimento da grave situação e
decidissem o que fazer.
Na resposta (Carta n. 030/14-CD, 9/5/2014) alega
que o Balanço Patrimonial de 2013 foi
aprovado, sem restrições, pelo Conselho Deliberativo e que “todas as providências
cabíveis para proteger o patrimônio do GBOEX e os direitos dos associados foram
adequadamente adotadas, também nada havendo a acrescentar, eis que tutelados,
com a mais absoluta segurança, todos os interesses do quadro social”. Bota
arrogância nisso!
É de estarrecer que estes Conselheiros, cuja
função é zelar pelo patrimônio do GBOEX, tenham aprovado sem restrições, dois fatos que imputo de extrema
gravidade:
O primeiro é deixar chegar ao ponto de a SUSEP
empurrar “goela abaixo” um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que tem como
objetivo principal garantir que empréstimo de R$ 34 milhões (aprox.) seja pago
aos bancos com a venda dos imóveis do GBOEX.
E o segundo foi permitir duas aplicações CDB em
um banco de terceira linha que logo depois foi liquidado (Nau à deriva,
26/8/2013), resultando em uma perda de mais de R$ 20 milhões enquanto que a
seguradora Confiança era inscrita na Divida Ativa da União com uma dívida previdenciária
de mais de R$ 12 milhões (A
dívida previdenciária da Confiança, 2/7/2014), ou seja, a Confiança, em vez
de pagar os tributos devidos, emprestou “a fundo perdido” para um banco que já
estava para quebrar.
É de estarrecer, também, o silêncio de
Conselheiros e Diretores do GBOEX diante deste estado de coisas.
O portal do GBOEX, na Internet, está bordado de futilidades,
mas não apresenta um esclarecimento sobre o que está ocorrendo.
Do mercado, queixas generalizadas de que a
seguradora Confiança não paga sinistros, não paga as oficinas e não paga os
corretores. A Prefeitura de Porto Alegre está cobrando R$ 16 milhões do seguro
do incêndio do Mercado Público que a Confiança reluta em pagar, passado um ano
do sinistro. O sindicato dos corretores já se mobilizou levando o assunto à
SUSEP e disponibilizando assistência jurídica aos corretores caloteados.
Como se pode ler na imprensa, o SINCOR
(Sindicato dos Corretores) promoverá denúncia junto ao Ministério Público e
disponibilizará assessoria jurídica para ações de cobrança contra a seguradora,
os acionistas e dirigentes, ou seja, CONSELHEIROS e DIRETORES estarão no polo
passivo das ações de cobrança.
E o coronel Renk e seus comandados não dão
satisfações, indiferentes aos danos causados ao mercado, aos consumidores e aos
militares que, em última análise, são apontados como responsáveis, pois o causador
de todo este estrago é o GRÊMIO BENEFICENTE DOS OFICIAIS DO EXÉRCITO.
Diante da falta de esclarecimentos, não resta
outro recurso que a divulgação dos responsáveis diretos pelo que está
acontecendo para que se possa cobrar, diretamente deles, alguma explicação.
Acrescente-se que CONSELHEIROS e DIRETORES são
regiamente pagos com salários que na faixa dos R$ 15.000,00 aos R$ 30.000,00,
partindo-se dos valores que o próprio GBOEX declarou (Os coveiros do GBOEX,, 21/10/2012) o que deve resultar em
um custo anual de uns R$ 11 milhões, considerando-se o Grupo GBOEX, como um todo.
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