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sobre o Informativo GBOEX 2/2013 (37ª edição) que acaba de ser divulgado, um
amontoado de desinformações que só servem para manter a cultura do
contentamento que foi instalada por este grupo de oficiais do Exército que
comanda o GBOEX, há 30 anos, com salários que devem andar na faixa dos R$
15.000,00 aos R$ 30.000,00 e que está aplicando um calote em milhares de velhos
associados.
Presidente executivo reflete a cultura do
contentamento
O editorial traz a palavra do novo
Diretor-Presidente da Diretoria Executiva, coronel Ilton Oliveira. A leitura do
editorial mostra que o coronel vive na cultura de contentamento que foi criada
nestes últimos trinta anos e que está sintetizada no testemunho de quem dirige
a propaganda do GBOEX, desde aqueles tempos (A cultura do contentamento): “como
eu já expliquei o GBOEX tem, pelo tipo de produto que ele vende, as pessoas que
compram o produto vão usufruir desse produto 40, 50 anos depois, ela tem que
ter a segurança de que essa empresa tem estabilidade, tem solidez para poder
nesse prazo cumprir com as suas obrigações. Então, o meu trabalho é
trabalhar a imagem do GBOEX para mostrar que a empresa tem solidez, é uma
empresa forte”. Tão competente foi esta campanha que envolveu todos os
associados, inclusive aqueles que saem do quartel direto para seus cargos
diretivos.
MPF:
o risco de insolvência perdura desde os anos 80
Dispara o presidente: “Assumi a Diretoria Executiva em julho
deste ano, com o compromisso de manter a Entidade forte e sólida, como tem sido
nestes 100 anos de existência”, mas o GBOEX sempre esteve à beira da
insolvência e não sou quem diz, mas o Ministério Público Federal (Os coveiros do GBOEX): “Vislumbra-se que o plano de pecúlio que a
GBOEX não corre risco de insolvência desde agora, ou recentemente, mas sim
desde que começou a comercializar apólices de seguro que não teria como
adimplir” que, por isso, recomendou a intervenção da SUSEP. Insolvência que, aliás, já está se
aflorando (No fundo do poço (e enganando)): o buraco causado pela insolvência da
seguradora CONFIANÇA já é maior do que o dobro do patrimônio líquido do GBOEX.
CPI da Câmara dos Deputados: o GBOEX só
se mantém pela venda casada de pecúlio com empréstimo e outros artifícios.
E
continua o coronel presidente com a sua mensagem ufanista: “Ao chegar aos 100 anos, o GBOEX se
caracteriza principalmente pela sua capacidade de adaptação e evolução junto ao
mercado previdenciário e segurador,sempre atento às transformações da sociedade”,
“Assumimos com o compromisso de manter o GBOEX sempre atual, dinâmico e
moderno”. Lindas frases, não fossem totalmente
irreais. Este grupo de militares que dirige o GBOEX tem que cair na real: eles
dirigem uma empresa em extinção porque foram incapazes de modernizá-la, de
acompanhar a evolução do mercado. Esta conclusão não é minha, mas da CPI da Previdência Privada (Câmara
dos Deputados, 1996) que concluiu que empresas como o GBOEX só se enquadram
como entidades de previdência (Resposta ao GBOEX (1)) pela existência do ultrapassado pecúlio “que
nunca são comprados espontaneamente em função do produto, mas sim vendidos,
acompanhados de promessas de empréstimos e outros artifícios”. O GBOEX
não evoluiu nos últimos cinquenta anos permanecendo sempre uma caixa de
pecúlios marcada por uma inconsistência atuarial de natureza estrutural, cujo
déficit nunca foi enfrentado, mas “empurrado com a barriga” ao arrepio da
legislação, nunca buscando uma solução tecnicamente correta, uma solução de
mercado. Engessaram o GBOEX para que se mantivesse à altura das suas
competências.
A continuidade da
“má gerência administrativa” detectada pelo MPF
Ao assegurar que a “nova gestão dará continuidade a tudo o que foi construído até o
momento”, nada mais fez o coronel Ilton do que
reafirmar a hegemonia do grupo que comanda o GBOEX nos últimos trinta anos sem
qualquer oposição no Conselho Deliberativo e a continuidade da gestão que foi
classificada pelo MPF como uma “má gerência administrativa” (Os
coveiros do GBOEX) .
A falta de transparência
E
continua o coronel presidente, ao apresentar o (des)informativo: “estamos
engajados em desenvolver outras formas de comunicação e a disponibilizar novos
serviços aos nossos associados”, “Procuramos, também, inovar com temas do
interesse do associado, com dicas de turismo, saúde, entretenimento, outros
assuntos”. O que o GBOEX deve fazer é publicar o endereço eletrônico (e-mail)
dos seus diretores e conselheiros para que os associados possam cobrá-los, pois
foram por eles eleitos e a eles devem satisfações. Aos associados não
interessam “dicas de turismo, saúde, entretenimento”, mas dos “outros assuntos”
dos quais os associados exigem explicações (e o blog continua à disposição),
entre os quais alinho:
1. Qual a razão da queda do patrimônio líquido do GBOEX de R$ 252 milhões (janeiro/2006) para R$ 42 milhões
(outubro/2013) e o da CONFIANÇA, no mesmo período, de R$ 47 milhões para R$ 10
milhões (No fundo do poço (e enganando))? Má
gerência administrativa? Irregularidades na carteira de empréstimos? Equivocada
gestão financeira?
2. Quais as providências quanto à perda de R$ 21 milhões em aplicações sem garantias concretas,
emprestando para um banco de terceira linha, dirigido por aventureiros,
operadores do lulo-petismo, encarregados de saquear os fundos de pensão
estatais (Nau à deriva)?
3. Qual a explicação para o assédio sofrido pelos velhos
associados que produziu, desde 2001, uns 760 mil cancelamentos que custaram uns
R$ 68 milhões para esses associados (O custo MLD)?
4. E a expulsão dos associados, depois de mais de 50 anos de
contribuição, através de sucessivos e ilegais aumentos da mensalidade (Os
coveiros do GBOEX)?
GBOEX quer sócio enganado
para ajudar a enganar outros
A campanha de vendas direta “Quem indica amigo é” visa
angariar sócios através da indicação de sócios o que daria credibilidade já que
o sócio “já conhece a empresa, sua história, seus
planos, seus benefícios e a sua idoneidade, afinal são 100 anos de experiência
em proteger muitas famílias”. Quanta ingenuidade (para não dizer cinismo)!
Imaginar que o associado que foi enganado quando era jovem e tendo passado uns
50 anos pagando a mensalidade para agora ser caloteado ainda vai ajudar a
enganar outra geração.
E conclui seu speech, não mirando para os graves problemas
de solvência e de credibilidade que afogam o GBOEX, mas o próximo século (isso
mesmo, daqui a 87 anos).
(Des)informações sobre
vendas
A realidade (até que seja desmentida) sobre as vendas no
GBOEX está estampada nos dois textos deste blog (Só quem lucra são os corretores (1) e Só quem lucra são os corretores (2)) que comprovam o que já foi constatado
pela CPI da Câmara dos Deputados (1996), pelas denúncias de associados e pelos
quase 760 mil cancelamentos apontados pela SUSEP (desde 2001) que renderam R$
68 milhões em comissões de agenciamento e corretagem: o GBOEX faz venda casada
do seu ultrapassado pecúlio e lança em cima de seus velhos associados espertos
corretores suportados pelo seu cadastro que ao perceberem que foram enganados
solicitam cancelamento perdendo o que já pagaram.
Operação Alfa: o grande
engodo
Operação Alfa, “plano
de benefícios criado especialmente para Alunos, Cadetes, Oficiais-Alunos das
Escolas de Formação, Especialização e Aperfeiçoamento e Altos Estudos das
Forças Armadas” é o grande engodo mantido pelo GBOEX para atrair com
benesses jovens para a mesma arapuca que pegou milhares, nos anos 60, e que
agora estão sendo expulsos com um calote. O mais grave é que essa arapuca só
funciona com a conivência dos comandantes das escolas que apesar dos alertas
continuam abrindo suas portas para que seus alunos sejam enganados.
Destaques na mídia:
maquiagem para (tentar) ocultar a
realidade
Os destaques baseados em dados pontuais que não suportam uma
análise, assinados por grifes de renome servem para desinformar os associados e
mantê-los na redoma da cultura do contentamento que aos poucos vai sendo
rompida com as expulsões em massa. Todas receberão uma reclamação sobre os
efeitos do mal que estão ajudando a causar a uma massa de milhares de idosos. Por
ajudarem a maquiar uma empresa que corre risco de insolvência desde os anos 80,
conforme constatação do MPF o que pode ser ilustrado pela evolução da relação
PL/PNO onde se nota que a CONFIANÇA já mergulhou na insolvência e que o GBOEX
está se aproximando da linha em que passará à situação de insolvência.
Os conselheiros
Tudo que está aí em cima denunciado só acontece diante da
passividade dos conselheiros que são regiamente pagos para fiscalizar e
controlar a boa gestão do patrimônio do GBOEX.
No (des)informativo as fotos dos conselheiros, cuja atuação
tem sido pautada por uma absoluta passividade. Gostaria de ler as atas do CD e
os relatórios das comissões para ver se é feito, pelo menos, menção sobre a
crise que envolveu o GBOEX e que foi causada pela “má gerência administrativa”,
no entender do Ministério Público Federal. Por exemplo:
Um relatório da Comissão
de Economia e Finanças sobre a inadimplência na carteira de empréstimos que
causou uma queda de R$ 48 milhões no PL (detectada na fiscalização da SUSEP), a
insensata operação de ajustagem do capital da CONFIANÇA que já sugou a metade
do patrimônio de imóveis do GBOEX e que desestabilizou de vez a seguradora e a
desastrada aplicação financeira de R$ 21 milhões em CDB de um banco que acaba
de entrar em falência.
E o relatório da Comissão
de Controle da Administração sobre as vendas do GBOEX que somente geram
lucros para espertos corretores à custa dos seus velhos associados.
Pena que não informem os endereços de e-mails para que
sintam o repúdio de velhos companheiros que neles confiaram. Resta o velho telefone: (51) 3215 8000.