Um sócio que passe pelo site da
SUSEP para verificar a situação em que está a empresa a quem confiou a
segurança de sua família e verificar os resultados contábeis do GBOEX e da sua
seguradora CONFIANÇA ficaria apavorado, pois constatará que a Patrimônio
Líquido (PL) que era de R$ 252 milhões (janeiro/2006) despencou para R$ 42
milhões (outubro/2013) e que o da CONFIANÇA, no mesmo período caiu de R$ 47
milhões para R$ 10 milhões.
E mais apavorado ficará se constatar
a existência de um buraco (que só existe porque a lei está sendo descumprida)
cavado pela seguradora (diferença entre o Passivo Não Operacional e PL) que já é
maior do que o dobro do PL do GBOEX, ou seja, justos R$ 89.069.109,00.
Saindo do site da SUSEP e
entrando no do GBOEX a sensação será a mesma de quem sai da noite para o dia:
tudo azul com uma faixa azul “Segurança que passa de geração em geração”.
Prêmios e mais prêmios por desempenho. Vai
pensar que algo está muito, mas muito errado, que alguém está sendo enganado.
E vai chegar à (triste) conclusão
que ele, o sócio do GBOEX, é que está sendo enganado e enganado há 33 anos,
justamente pela dupla que acaba de receber o Troféu Aliança, “um evento
promovido pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade” que “premiou o
GBOEX e a Agência Martins+Andrade pelos 33 anos de relacionamento. A Martins+Andrade
é responsável pela publicidade do GBOEX desde 1980”.
Merecido o prêmio pelo desempenho
da agência de propaganda que conseguiu manter os associados do GBOEX contentes
e orgulhosos de pertencerem a uma poderosa empresa de previdência, dirigida por
colegas seus, oficiais do Exército, que já sabiam que o GBOEX não teria
condições de pagar a integralidade dos pecúlios, mas que para manter o negócio
para o grupo teriam que enganar. Esta constatação quem fez não foi eu, mas o
Ministério Público Federal (Os
coveiros do GBOEX).
É muita
competência colocar naquela que foi apontada pela CPI da Previdência Privada
(Câmara dos Deputados, 1996) como o maior furo entre as empresas de previdência
privada o pomposo título ”GBOEX,
líder em previdência privada no Brasil” que só foi cassado depois de ter sido
considerado como propaganda enganosa pelo Ministério Público/RS.
Mas é, também, muita arrogância
reconhecer isto: o presidente desta agência de propaganda, diante de um juiz (Proc.
no. 10502272590/16ª Vara Cível/Porto Alegre) que lhe perguntara a razão
do título por ele criado ”GBOEX, líder em previdência privada no Brasil”: "Na
verdade, não era.... que vocês sabem que em termos de comunicação a
gente sempre usa superlativos e no sentido exatamente de melhorar a imagem,
mostrar que.... não era do Brasil, era da América Latina”, “como eu já
expliquei o GBOEX tem, pelo tipo de produto que ele vende, as pessoas que
compram o produto vão usufruir desse produto 40, 50 anos depois, ela tem que
ter a segurança de que essa empresa tem estabilidade, tem solidez para poder
nesse prazo cumprir com as suas obrigações. Então, o meu trabalho é
trabalhar a imagem do GBOEX para mostrar que a empresa tem solidez, é uma
empresa forte”.
Agora, não restam dúvidas que o
Troféu Aliança foi merecido pelo desempenho da dupla GBOEX e Martins+Andrade,
pois quase quebraram aquela máxima atribuída a Lincoln de que “Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por
todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo…” visto que fizeram milhares de militares e
civis envelhecerem pagando por algo que não teriam retorno, o pecúlio para os
seus. Enganaram todos, não por todo tempo, mas por uma vida toda.
E desta forma o GBOEX vai “usando e abusando” dos seus associados que,
como laranjas, depois são descartados como bagaço, dentro da política ditada
pela SUSEP de se descartar daqueles que passaram mais de 50 anos pagando,
através de ilegais reajustes, no entender do MPF. Fazem e desfazem como bem
entendem porque não tem freios. No Conselho Deliberativo nunca existiu oposição,
nestes 33 anos.
A SUSEP não toma providências,
mesmo atropelando a lei e contrariando a sua missão principal que é “proteger os
interesses dos participantes e assistidos dos planos de benefícios” (Lei
Complementar n. 109/2001, art. 3º, IV), mesmo depois de ter sido sugerida a intervenção no GBOEX,
pelo Ministério Público Federal (A
participação da SUSEP no logro do GBOEX).
E contam ainda com a total passividade dos seus associados que, como ovelhas para o matadouro, não reagem ao calote que lhes foi imposto por um grupo de
oficiais do Exército que se apoderou do GBOEX com salários
que devem chegar aos R$ 30 mil, pelas projeções dos dados disponíveis.
A seguradora CONFIANÇA, um dos sumidouros do patrimônio garantidor do
pagamento dos pecúlios (Os
sumidouros do patrimônio do GBOEX), está há uns dois anos com situação
irregular, conforme certidão atualizada. Período em que o seu patrimônio
líquido (PL) não garante o passivo não operacional (PNO), como em outubro/2013,
que não garante mais do que 11% do PNO exigindo que o GBOEX cubra o resto como já
fez com a metade dos seus imóveis. O problema é que, agora, o PL do GBOEX não
cobre nem a metade deste buraco.
Esta gente que comanda o GBOEX é tão segura de que os associados não reagem que nem explicação deram para a desastrada operação financeira que comprometeu R$ 21 milhões em uma aplicação sem garantias concretas, emprestando para um banco de terceira linha, dirigido por aventureiros, operadores do lulo-petismo, encarregados de saquear os fundos de pensão estatais (Nau à deriva).
As irregularidades nos empréstimos, acusadas pela
SUSEP que provocaram uma queda de R$ 48 milhões no Patrimônio Líquido, também
ficou por isso mesmo. O Xavier, naquela ocasião, justificou a queda do PL, como
consequência de uma ajustagem contábil exigida pela SUSEP que, depois, se viu
que foi causada pela má gestão da carteira de empréstimos.
Nada sobre
a denúncia feita (Só
quem lucra são os corretores (2)) de que o GBOEX patrocina o assédio de
corretores aos seus velhos associados o que provocou, só nos últimos 12 meses
(out/13-nov/12) mais de 56 mil cancelamentos. Inclusões que depois se
transformam em cancelamentos em que os associados perdem em mensalidades uns R$
10 milhões que acabaram no bolso dos corretores, a título de agenciamentos e
comissões.
E eles, os
que comandam o GBOEX, estão tão na moita que no site do GBOEX não aparece um só
nome. Quem é o presidente do CD? É o Renk, mas e quem é o presidente da
Diretoria Executiva? Não sei e quem procurar não vai encontrar. Isso é o temor
das cobranças porque não deve ser fácil encarar a indignação como a de um
general que pediu exclusão por não mais suportar o abusivo aumento da
mensalidade, instrutor nos tempos em que eu e o Renk passamos pela AMAN: “São
54 anos de pagamento de pecúlio. Sei que não vou durar muito, mas minha
revolta com os senhores é tamanha que prefiro me desvincular de pessoas como
vocês. Sei que é isso que querem de nós associados, mas, prefiro perder
muito mais em relação ao que iria receber, do que me submeter a essa chantagem
vergonhosa, principalmente, partindo de oficiais que eu ajudei a formar”.
Só aqueles que passaram pela AMAN sabem o respeito que devotamos por nossos
instrutores e podem avaliar a vergonha que tal justa explosão de indignação
deveria provocar (Nau à deriva).
Nos que tem vergonha na cara, evidentemente.
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