Tentando
entender a mudança feita na seguradora CONFIANÇA, diante do silêncio do
presidente do GBOEX, coronel Renk, que já deveria ter dado satisfações a um
quadro social preocupado com a dilapidação do Patrimônio da entidade provocada
pela insolvência da seguradora, fui buscar informações sobre a surpreendente
eleição de Marcelo Cabeleira para seu presidente.
Uma
ligeira pesquisa no Google mostra que se trata de Marcelo Carlos Cecin
Cabelleira, ex-presidente do grupo Investprev que teve intervenção decretada
pela SUSEP, em agosto de 2013, “para resguardar os direitos dos segurados,
assim como dos credores”.
Em
abril/2011, Marcelo Cabelleira, diretor de marketing da Investprev Seguros e
Previdência anunciou que “um grupo de investidores estava adquirindo a
Investprev do Banco Rural para instalar a matriz na capital gaúcha”, na Av.
Carlos Gomes, 222. (JRS 1443 – 25/4/2011). Curiosamente, no endereço indicado
não está instalada a Investprev, mas uma sua parceira INVEST Seguradora. No
DOIC de 28/2/2014 consta que está mudando o nome para INVEST.
Em Dez/2011,
Cabelleira foi eleito presidente e diretor de Relações com os Acionistas da Investprev
Seguradora. “Cabelleira já estava exercendo o cargo de Diretor Vice-Presidente
da companhia e ainda acumulando as funções diretivas nas coligadas Investprev
Previdência e Investprev Capitalização”, segundo o release da Investprev (JRS
1607 – 04/01/2012). Note-se que Marcelo Cabelleira foi eleito para presidir o
grupo Investprev, controlado pelo Banco Rural que detém 99,99% das suas ações
(Balanço Patrimonial, 1º/2012).
Em Ago/2013,
a SUSEP decreta intervenção no grupo Investprev, para “resguardar os direitos
dos segurados, assim como dos credores”. Segundo o Estadão, o Investprev reúne
as seguradoras do Banco Rural que teve liquidação extrajudicial decretada pelo
Banco Central. Há suspeita que as empresas estariam sendo usadas para lavar
dinheiro visto que os custos operacionais teriam sido multiplicados nos últimos
meses em função da terceirização de serviços administrativos para uma empresa
de informática, também controlada pelo Rural o que foi contestado por
Cabelleira em comunicado ao mercado, no dia seguinte à intervenção (JRS
9/8/2013).
Coincidência
encontrada no Relatório da Administração da Investprev Seguros e Previdência
(1º semestre/2013): também, foi apontado prejuízo sofrido, proveniente de
aplicação em CDB (R$ 5.882.238,85), no liquidado Banco BVA. Neste mesmo
semestre, o Grupo GBOEX fez, também,
duas aplicações em CDB do Banco BVA com prejuízo de mais de R$ 20 milhões: GBOEX
(R$ 9.665.977,00) e Confiança (R$ 11.689.960,00) (Nau à deriva,
26/8/2013).
Ou
seja, mais de R$ 27 milhões evaporaram em um cenário que envolve Banco Rural,
cujos diretores estão na cadeia condenados que foram por lavagem de dinheiro
para o Mensalão do PT e Banco BVA, um
banco de terceira linha, dirigido por aventureiros, operadores do lulo-petismo,
encarregados de saquear os fundos de pensão estatais, cujo fundador é conhecido
pelo envolvimento com a “máfia do lixo” na prefeitura petista de
Santo André (SP), esquema que veio à tona com o assassinato do ex-prefeito
Celso Daniel. Além disso, Marcelo Cabelleira teve que sair dando explicações
sobre lavagem de dinheiro, em favor do Banco Rural, por ocasião da intervenção
feita pela SUSEP.
O que não consigo entender, por mais competente que seja Marcelo
Cabelleira, qual a razão da sua escolha para presidente da CONFIANÇA, uma
seguradora que está sofrendo uma intervenção da SUSEP, através de um TAC que visa
unicamente a alienação de ativos (os imóveis transferidos pelo GBOEX), medida
que, segundo os peritos do MPF, “desvinculada de ações que visem à redução de
despesas, dificilmente logrará o êxito desejado”.
Lógico que este profissional, por mais correto que seja, vai dificultar
a relação da CONFIANÇA com a SUSEP, visto que está envolvido com a intervenção
do grupo Investprev e com todas as restrições que tal situação provoca. Fosse o falecido
José Figueiró, profissional competente, corretíssimo, altamente conceituado no
mercado segurador e conhecedor dos problemas da CONFIANÇA, eu entenderia.
Além disso, a boataria sobre a venda da CONFIANÇA, estimulada pelo arrogante
silêncio do coronel presidente do GBOEX.
Recentemente recebi um relatório, sem identificação do autor,
detalhando o que está acontecendo. Mais de vinte anos como observador atento
sobre o que acontece no universo GBOEX, asseguro que se trata de um relatório
feito por quem não tem outro interesse que não seja proteger o patrimônio da
entidade e evitar que um desastre venha prejudicar ainda mais os milhares de
associados e o próprio nome Exército, de alguém muito próximo dos fatos que
está denunciando, que conhece muito bem o assunto e que está indignado.
Diante da grave ameaça ao Patrimônio do GBOEX e por se tratar de
documento anônimo, decidi, antes de qualquer providência, encaminhá-lo ao
presidente do Conselho Deliberativo, nos termos do art. 14 do Estatuto (II. Participar
ao CD, tão logo tenha conhecimento, qualquer fato que possa afetar o patrimônio
do GBOEX), salientando, no entanto, que consideraria seu silêncio como a
confirmação dos fatos ali denunciados.
Mesmo diante do silêncio do coronel presidente, não divulgarei o
referido relatório, encaminhando-o unicamente para o MPF e para a SUSEP, para
que investiguem e tomem as devidas providências, visto que o anônimo
denunciante assegura que “todos os fatos ocorridos não passam de absurdos
vergonhosos e ilegais e o mais importante são de fácil constatação e
comprovação pela SUSEP que somente precisa agir com seriedade, responsabilidade
e respeito”.
Divulgo somente um parágrafo porque é o cerne da questão (a venda da
CONFIANÇA) e por estar confirmando o que venho denunciando nos últimos três anos
(Evacuando
o quarteirão, 13/5/2011) e por estar de acordo com pareceres emitidos pelo
MPF, nos autos do ICP n. 020/2010-97.
Atentem para um dos trechos em que sinaliza a “discordância de alguns conselheiros sérios”, fato auspicioso,
depois de trinta anos de unanimidades e que contraria recente negativa, do
arrogante coronel presidente, a um pedido meu para que o CD convocasse uma
Assembleia Geral para expor aos associados a grave situação patrimonial e
deliberar providências cabíveis para a defesa do patrimônio e dos direitos dos
associados. Rechaçou (Carta n. 030/14-CD, 09/5/2014) o meu pedido alegando que
o CD tinha decidido,”à unanimidade, que não se configura situação de urgência e
de relevância”, “eis que tutelados, com a mais absoluta segurança, todos os
interesses do quadro social”.
O denunciante anônimo constata
que “Com prejuízos acumulados nos últimos anos a situação da SEGURADORA
CONFIANÇA passou a prejudicar os resultados do GBOEX, acionista majoritário. A
direção do GBOEX por completa falta de capacidade técnica e empresarial, apesar da discordância de alguns
conselheiros sérios, mas, diante de forte lobby e interesses de
“outros” RESOLVEU vender as ações da
SEGURADORA como solução dos problemas”.
O MPF acaba de confirmar que elevados prejuízos da CONFIANÇA estão
sendo suportados pelo Patrimônio do GBOEX, bem como, constatou que os problemas
atuais foram causados por anos de “má gerência administrativa”. Dos pareceres:
“Vislumbra-se que o plano de pecúlio que a GBOEX não corre risco de
insolvência desde agora, ou recentemente, mas sim desde que começou a
comercializar apólices de seguro que não teria como adimplir, sendo desrazoado premiar uma má
gerência administrativa onerando consumidores inocentes e vítimas de uma
prática contratual patológica”. (Procuradora da República Silvana
Mocellin, ICP 20/2010-97. fl. 214)
“Adicionalmente,
destaca-se que em 2012, a Confiança já acumulava prejuízos de R$ 48.193.000, os
quais adicionados ao prejuízo de 2013, perfizeram
substanciais R$ 85.588.000, que foram suportados quase que exclusivamente pelo
Patrimônio do Grupo GBOEX. Esta conjuntura econômico-financeira de
resultados negativos determinou à Confiança a condição de insolvente após
realizados os ajustes de adequação de capital. Somente diante desta situação a
SUSEP celebrou em 02.12.2013, Termo de Ajustamento de Conduta – TAC intervido
para alienar ativos destinados ao pagamento de empréstimos da Confiança a
instituições financeiras” (Parecer ASSESP PR/RS n. 038/2014, Assessoria
Pericial do Ministério Público Federal).
Registre-se
que a venda de uma empresa de um grupo é normal, ainda mais no caso da
seguradora CONFIANÇA que nunca deu retorno ao GBOEX, muito ao contrário, sempre
foi o sumidouro do patrimônio da entidade.
O que não
é normal são as obscuridades que estão envolvendo a seguradora e que já deveriam
ter sido esclarecidas pelo coronel Renk, presidente do CD e do GBOEX. O que
este texto visa é colocar luzes sobre estas obscuridades, no estrito cumprimento de uma obrigação estatutária.
Por que nao pesquisastes a prisão deste sujeitone de Patrick Lucchese na operação da policia federal nomonada operação pavlova em abril de 2015, bloquearam todo o patrimônio dos citados.
ResponderExcluirLadrão
ResponderExcluir