No
sábado que antecedeu o Centenário (24/5), o GBOEX realizou a eleição para
renovação do Conselho Deliberativo. Duas semanas se passaram e nada de noticias
sobre o que lá aconteceu, sobre o número de associados que participou e sobre
os eleitos para representar os mais de 150 mil associados distribuídos pelo
Brasil, pelos próximos seis anos.
O
silêncio do GBOEX, no antes e no depois da eleição, indica que o grupo de
oficiais do Exército que comanda a entidade, desde 1981, não tem o menor
interesse em que os associados participem das decisões. E o resultado foi uma
eleição com chapa única em que devem ter participado uns duzentos e poucos
associados, trazidos, a imensa maioria, em ônibus pagos.
E
por que digo “a eleição dos alienados”? Porque até é possível que exista
associado que desconheça que o GBOEX já se desfez da metade dos imóveis
garantidores do pagamento dos pecúlios, que vem atrasando o pagamento dos
pecúlios, que causou a transferência de quase R$ 68 milhões do bolso de seus velhos
associados para o de espertos corretores que os assediaram com cadastro
fornecido pelo GBOEX (O custo MLD), que o grupo
de oficiais do Exército que o dirige, com salários que andam na faixa dos R$ 15 mil a R$ 30 mil, pratica uma
“má gerência administrativa”, no entender do Ministério Público Federal
que, inclusive, sugeriu a intervenção da SUSEP para defender os interesses dos
associados.
O
que não é possível é desconhecer que o seu contracheque mostra que o desconto
para o GBOEX está sendo reajustado de forma absurda o que tem levado milhares
de associados a pedir exclusão. Quem, diante de tudo isso, ainda foi lá votar
na continuidade deste estado de coisas, só pode ser taxado de alienado, pois
está distanciado da realidade.
Poderia
o leitor perguntar a razão de eu não ter participado desta eleição. Até cogitei, mas
cheguei à conclusão que eu iria colocar companheiros em uma fria e que, depois,
eu seria cobrado, diante do meu grau de informação sobre a real situação do
GBOEX.
Teríamos
chance de vencer esta máquina viciada que vem ganhando eleições há mais de
trinta anos, com urnas somente em Porto Alegre e que traz os votos de cabresto
necessários para ganhar? Sim, teríamos. Bastava uma demanda judicial para
garantir o voto desta massa de idosos espalhada pelo Brasil, através da
distribuição de urnas pelas filiais (unidades de negócios), a exemplo do que
acontece em entidades do mesmo perfil. Esta providência neutralizaria a única
arma deste grupo e que o mantém no poder sem oposição: o transporte gratuito de
eleitores, de votos de cabresto.
Vencendo,
a primeira providência seria reduzir as despesas administrativas para uns 5% da
receita operacional (esse pessoal chegou a gastar 40%) o que implicaria em:
1. Acabar com a
farsa do Conselho Deliberativo, com conselheiros cumprindo expediente como se
estivessem no quartel (“Seu jeito
de atuar manteve-o, diariamente, desde as 7 h da manhã, no GBOEX, onde além de
reuniões constantes instituiu o hábito de circular por todos os ambientes da
empresa, cumprimentando e estimulando todos os funcionários”, Informativo
GBOEX, 1/2005), com reuniões e comissões que, a rigor, demonstraram-se
infrutíferas diante dos resultados. Desafio que me apontem a existência, em ata
do Conselho, uma crítica ou um alerta que seja sobre a situação da entidade. Os
compromissos estatutários permitem o retorno ao velho GBOEX: reuniam-se anualmente para aprovar o relatório e
extraordinariamente, sempre que a situação assim o exigisse. Não tinham salário, nem escritórios e nem
assessores e secretárias, mas construíram o patrimônio que agora está sendo
dilapidado (Os coveiros do
GBOEX).
2. Acabar com as
unidades de negócios, improdutivas e desnecessárias diante dos modernos
recursos de gestão.
3. Enxugar a
estrutura administrativa, a começar pela diretoria executiva.
A
segunda providência seria uma auditoria para apurar responsabilidades pelas
perdas patrimoniais causadas pela “má gerência administrativa”, apontada pelo
MPF.
A
terceira seria tratar da Confiança Cia. de Seguros, um dos sumidouros do
patrimônio do GBOEX, uma seguradora comandada por coronéis em um mercado
altamente competitivo e pautado pelo profissionalismo.
“Muita
sarna para me coçar!”. Seria injusto eu comprometer companheiros em tal
empreitada. Esta a razão de eu não ter disputado a eleição.
O
GBOEX poderia exercer a tão alardeada (e nunca exercitada) transparência
publicando algo útil no seu portal: a ata da assembleia geral da eleição, onde
se possa saber o número de eleitores e suas origens.
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