E que sei que são pautados por aquela máxima A+I=F, ou
seja, ARROGÂNCIA associada à IGNORÂNCIA sempre leva ao FRACASSO. Saem dos
quartéis direto para dirigir um negócio que exige, cada vez mais, competência.
Em 1997, convidado, pelo Iese, fiz uma exposição no
Conselho em que mostrava a situação preocupante provocada pelo déficit atuarial
maquiado, em 1991, por uma irregular duplicação dos planos de pecúlio e a
necessidade de mudanças estruturais. E, principalmente, a inação dos
conselheiros que passaram os anos 90 cumprindo expediente, como se no quartel
continuassem, mas sem nada produzir. Acomodados na zona de conforto que o Iese
espertamente criou ao estimulá-los a fixar seus salários no triplo do teto
previsto no Estatuto. Nada foi criado, nada foi pensado no sentido de buscar uma
alternativa para a anunciada morte que as projeções apontavam. Constatação:
depois daquela exposição que fiz no Conselho, estive na sala do Lima Dias que
era o presidente do CD e lhe disse que, pelas minhas informações, o GBOEX não
passaria do ano 2010 e ele, botando a mão em cima de uns 20 cm de formulário
contínuo (relatórios contábeis) disse-me que, pelas informações que dispunha o
GBOEX não chegaria ao ano 2000.
Em 1998 o Lima Dias e o Xavier assumiram o comando do
GBOEX, com a saída do Iese. Apresentei, então, uma proposta que me parecia uma
saída para a difícil situação que vislumbrava para o GBOEX e que consistia em
uma mudança estrutural que redundaria na redução das despesas administrativas
dos então 17% (em relação à receita operacional) para algo da ordem de 5%. Chegaram
a montar uma comissão para analisar, mas a conclusão foi que, embora o projeto
fosse “interessante e arrojado, com objetivos definidos e que poderá ser
atrativo”, “a referida proposta vai ao encontro as diretrizes emanadas pela
atual Administração do GBOEX” por “criar reflexos frustrativos, não só na
Superintendência de Produção como em outros setores”, ou seja, a proposta que
fiz provocaria o enxugamento com o fechamento de centenas de vagas. As folhas
inicial e final do citado relatório:
Resultado:
as despesas administrativas mais do que dobraram. Em vez dos acenados 5% pelo
Péricles, eles passaram a consumir quase 40% da receita operacional. Desfizeram
todo o enxugamento feito nos últimos anos de Iese.
E,
à medida que o tempo passava, iam se confirmando as minhas previsões e, para
que os associados não ouvissem os meus alertas e denúncias, começaram a
operação de desconstrução do Péricles, através de mentiras que espalhavam com
os recursos do GBOEX. E o Renk foi um dos principais operadores, desde os
tempos em que era o gerente em Santa Maria, o que lhe rendeu muitos pontos para
subir na hierarquia do MLD.
O estrago produzido por amadores
gananciosos e arrogantes
Uma avaliação sobre o que aconteceu no GBOEX, após a
saída do Iese, mostra a infalibilidade da máxima A+I=F onde a arrogância
associada com a ignorância só pode redundar em fracasso. O Iese saiu e deixou o
GBOEX à deriva, na mão de gente que passou anos obedecendo a ordens, mas sem
conhecimento do negócio que se tornava cada vez mais competitivo a exigir competência
e profissionalismo.
O Custo MLD, o que esta gente causou de prejuízos para
os associados e para o patrimônio do GBOEX, pode ser visto pelos registros da
SUSEP e, somente em dois itens, contabilizam uns R$ 350 milhões.
Nesta tabela, constata-se que as Despesas
Administrativas (DA) consumiram 41% da Receita Operacional (RO), em 1998,
mantiveram uma média de 38% nos primeiros cinco anos, de 32% nos dez anos e de
28% nos quinze anos.
Na proposição que fiz a estimativa era
reduzir as DA para a faixa dos 5 a 7% da RO. A tabela mostra o Custo MLD, a
diferença entre o que gastaram em DA e o que poderia ser gasto, se tivessem
pensado no GBOEX e nos seus milhares de associados, em vez de se preocuparem
com “reflexos frustrativos” de quem saiu do quartel sem condições de disputar o
mercado e que via aquela como a derradeira oportunidade de acertarem a vida: R$ 272 milhões!
A estrutura “moderna e eficiente” de Produção, montada
para fazer o GBOEX “retornar ao mercado de forma agressiva e competitiva” não
conseguia gerar num produto novo que não fosse a combinação do velho e surrado
pecúlio que era vendido como brinde de assinatura de jornais ou como venda
casada em empréstimos. Aliás, isso foi constatado pela CPI da Previdência Privada
(Câmara dos Deputados, 1996) quando analisou o grupo liderado pelo GBOEX: “Legalmente ainda se enquadram como
entidades de previdência, mas suas atividades não apresentam correlação que
justifique esse enquadramento. O vínculo com a previdência privada se dá pela
associação de pessoas via pecúlios, que nunca são comprados espontaneamente em
função do produto, mas sim vendidos, acompanhados de promessas de empréstimos e
outros artifícios. O pouco de receitas
obtidas na venda de planos de renda é conseguido em decorrência do pagamento de
comissões absurdas a vendedores”.
A alta rotatividade provocada pela venda casada com
empréstimos e o assédio aos velhos associados com o plano Vida Longa GBOEX (Vendas no GBOEX ) está exposta na tabela abaixo onde se
nota que o que entra em um ano sai no outro e o resultado foi a redução do
estoque de pecúlios (26.793). O sujeito precisava de empréstimo, entrava como
sócio, pagava o empréstimo e saia. O sócio constatava que tinha sido enganado
pelo corretor, pedia exclusão. Ambos deixavam meses de contribuição.
Os balanços do GBOEX (DRE), divulgados pela SUSEP
mostram que, a arrogância associada à ganância, transferiu do bolso de enganados
associados e do patrimônio do GBOEX para espertos corretores quase R$ 68
milhões. Dinheiro que saiu do bolso dos
associados (únicos que ainda acreditam no GBOEX) passou pelos cofres da
entidade e foi se acomodar no bolso de corretores e..... seus parceiros.
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