sexta-feira, 10 de maio de 2013

O custo MLD ou o custo da arrogância e da ignorância.

A bronca que este pessoal que comanda o GBOEX tem comigo dura mais de quinze anos. E a causa é que eles sabem que sei (e provo) que eles vêm enganando os sócios desde que assumiram o comando em 1981. (E não adianta camuflarem-se com denominações de chama Renovação, Centenário, etc, etc), porque todos (mas todos mesmos) trazem a marca a fogo do velho MLD, aquele movimento Luta e Diálogo que o Iese criou lá nos anos 70 e que controla o GBOEX, desde 1981.

E que sei que são pautados por aquela máxima A+I=F, ou seja, ARROGÂNCIA associada à IGNORÂNCIA sempre leva ao FRACASSO. Saem dos quartéis direto para dirigir um negócio que exige, cada vez mais, competência.

Em 1997, convidado, pelo Iese, fiz uma exposição no Conselho em que mostrava a situação preocupante provocada pelo déficit atuarial maquiado, em 1991, por uma irregular duplicação dos planos de pecúlio e a necessidade de mudanças estruturais. E, principalmente, a inação dos conselheiros que passaram os anos 90 cumprindo expediente, como se no quartel continuassem, mas sem nada produzir. Acomodados na zona de conforto que o Iese espertamente criou ao estimulá-los a fixar seus salários no triplo do teto previsto no Estatuto. Nada foi criado, nada foi pensado no sentido de buscar uma alternativa para a anunciada morte que as projeções apontavam. Constatação: depois daquela exposição que fiz no Conselho, estive na sala do Lima Dias que era o presidente do CD e lhe disse que, pelas minhas informações, o GBOEX não passaria do ano 2010 e ele, botando a mão em cima de uns 20 cm de formulário contínuo (relatórios contábeis) disse-me que, pelas informações que dispunha o GBOEX não chegaria ao ano 2000.

Em 1998 o Lima Dias e o Xavier assumiram o comando do GBOEX, com a saída do Iese. Apresentei, então, uma proposta que me parecia uma saída para a difícil situação que vislumbrava para o GBOEX e que consistia em uma mudança estrutural que redundaria na redução das despesas administrativas dos então 17% (em relação à receita operacional) para algo da ordem de 5%. Chegaram a montar uma comissão para analisar, mas a conclusão foi que, embora o projeto fosse “interessante e arrojado, com objetivos definidos e que poderá ser atrativo”, “a referida proposta vai ao encontro as diretrizes emanadas pela atual Administração do GBOEX” por “criar reflexos frustrativos, não só na Superintendência de Produção como em outros setores”, ou seja, a proposta que fiz provocaria o enxugamento com o fechamento de centenas de vagas. As folhas inicial e final do citado relatório:



Resultado: as despesas administrativas mais do que dobraram. Em vez dos acenados 5% pelo Péricles, eles passaram a consumir quase 40% da receita operacional. Desfizeram todo o enxugamento feito nos últimos anos de Iese.
E, à medida que o tempo passava, iam se confirmando as minhas previsões e, para que os associados não ouvissem os meus alertas e denúncias, começaram a operação de desconstrução do Péricles, através de mentiras que espalhavam com os recursos do GBOEX. E o Renk foi um dos principais operadores, desde os tempos em que era o gerente em Santa Maria, o que lhe rendeu muitos pontos para subir na hierarquia do MLD.

O estrago produzido por amadores gananciosos e arrogantes

Uma avaliação sobre o que aconteceu no GBOEX, após a saída do Iese, mostra a infalibilidade da máxima A+I=F onde a arrogância associada com a ignorância só pode redundar em fracasso. O Iese saiu e deixou o GBOEX à deriva, na mão de gente que passou anos obedecendo a ordens, mas sem conhecimento do negócio que se tornava cada vez mais competitivo a exigir competência e profissionalismo.

O Custo MLD, o que esta gente causou de prejuízos para os associados e para o patrimônio do GBOEX, pode ser visto pelos registros da SUSEP e, somente em dois itens, contabilizam uns R$ 350 milhões.



Nesta tabela, constata-se que as Despesas Administrativas (DA) consumiram 41% da Receita Operacional (RO), em 1998, mantiveram uma média de 38% nos primeiros cinco anos, de 32% nos dez anos e de 28% nos quinze anos.

Na proposição que fiz a estimativa era reduzir as DA para a faixa dos 5 a 7% da RO. A tabela mostra o Custo MLD, a diferença entre o que gastaram em DA e o que poderia ser gasto, se tivessem pensado no GBOEX e nos seus milhares de associados, em vez de se preocuparem com “reflexos frustrativos” de quem saiu do quartel sem condições de disputar o mercado e que via aquela como a derradeira oportunidade de acertarem a vida: R$ 272 milhões!

A estrutura “moderna e eficiente” de Produção, montada para fazer o GBOEX “retornar ao mercado de forma agressiva e competitiva” não conseguia gerar num produto novo que não fosse a combinação do velho e surrado pecúlio que era vendido como brinde de assinatura de jornais ou como venda casada em empréstimos. Aliás, isso foi constatado pela CPI da Previdência Privada (Câmara dos Deputados, 1996) quando analisou o grupo liderado pelo GBOEX: “Legalmente ainda se enquadram como entidades de previdência, mas suas atividades não apresentam correlação que justifique esse enquadramento. O vínculo com a previdência privada se dá pela associação de pessoas via pecúlios, que nunca são comprados espontaneamente em função do produto, mas sim vendidos, acompanhados de promessas de empréstimos e outros artifícios. O pouco de receitas obtidas na venda de planos de renda é conseguido em decorrência do pagamento de comissões absurdas a vendedores”.

A alta rotatividade provocada pela venda casada com empréstimos e o assédio aos velhos associados com o plano Vida Longa GBOEX (Vendas no GBOEX ) está exposta na tabela abaixo onde se nota que o que entra em um ano sai no outro e o resultado foi a redução do estoque de pecúlios (26.793). O sujeito precisava de empréstimo, entrava como sócio, pagava o empréstimo e saia. O sócio constatava que tinha sido enganado pelo corretor, pedia exclusão. Ambos deixavam meses de contribuição.

Os balanços do GBOEX (DRE), divulgados pela SUSEP mostram que, a arrogância associada à ganância, transferiu do bolso de enganados associados e do patrimônio do GBOEX para espertos corretores quase R$ 68 milhões.  Dinheiro que saiu do bolso dos associados (únicos que ainda acreditam no GBOEX) passou pelos cofres da entidade e foi se acomodar no bolso de corretores e..... seus parceiros.


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