quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Notícias do ICP do GBOEX

Solicitado sobre o andamento do Inquérito Civil Público que investiga o GBOEX com base na representação feita em janeiro de 2010 em que são apontados, por ação e omissão, conselheiros, diretores e a SUSEP como responsáveis pelas perdas patrimoniais que levaram o GBOEX a esta difícil situação, acabo de receber e-mail do assessor do Procurador da República, presidente do ICP 20/2010-97 com uma boa notícia: o presidente do ICP determinou que os autos do inquérito fossem encaminhados à Assessoria Pericial para que complementasse a análise feita considerando a resposta dada pela SUSEP e a manifestação do interessado (Péricles).



Concluída a análise, será feita uma reunião da Assessoria Técnica com o Procurador da República para “subsidiar a adoção de providências pelo Ministério Público Federal”.
Vejamos o que dizem os três documentos que servirão de base para a conclusão do ICP. Conforme já explicado (ICP do GBOEX), as providências a serem adotadas pelo MPF poderão ir do ajuizamento de uma Ação Civil Pública ao arquivamento não descartados nova prorrogação, ou mesmo, a celebração de um compromisso de ajustamento de conduta. De qualquer forma já ficou claro nos autos a confirmação de duas das acusações feitas: INSOLVÊNCIA ESTRUTURAL E MÁ GERÊNCIA ADMINISTRATIVA.
O Parecer Técnico ASSPER PR/RS n. 082/2011, da Assessoria Pericial do MPF (trechos do parecer, abaixo):





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“A delação apresentada procura, em síntese, demonstrar que a delicada situação econômico-financeira enfrentada pela empresa deve-se a um grupo de militares que, sem oposição no Conselho Deliberativo da entidade, vem comandando o GBOEX desde o início dos anos 1980, não cumprindo normas que regulam empresas de previdência privada, contando, ainda, com a sistemática contemporização e omissão do órgão público federal (Superintendência de Seguros Privados – SUSEP) que deveria fiscalizá-la”.

Em sua defesa, o GBOEX afirma ser uma empresa financeiramente saudável, constantemente monitorada pela SUSEP.

O parecer conclui sugerindo que a SUSEP submeta o GBOEX ao regime especial de direção fiscal, com vistas a resguardar direitos e interesses dos associados, devido a “irregularidades e desequilíbrio atuarial crônico, informados nos Relatórios de Fiscalização”. O parecer, no entanto, silencia sobre a parte da denúncia que se refere à “sistemática contemporização e omissão” da SUSEP, apesar desta não ter rebatido uma sequer das sete falhas de fiscalização apontadas na denúncia, desde 1980.

Encaminhado à SUSEP, em 25/9/2012, o parecer da Assessoria Pericial do MPF, teve retorno um mês depois, limitando-se a encaminhar três pareceres técnicos, “cujos termos são autoexplicativos”, sem fazer qualquer comentário sobre a sugestão feita de submeter o GBOEX ao regime especial de direção fiscal.


Nos pareceres a confirmação de que o GBOEX, acolhendo sugestão da SUSEP, estava aplicando os reajustes na contribuição (considerados ilegais pelo próprio MPF) de forma a torná-la insuportável pelo associado, forçando-o a pedir exclusão, depois de mais de 50 anos como associado. Que a SUSEP não só faz vista grossa como estimula a cobrança acima do necessário, no plano Faixa Etária, para compensar o déficit do plano Taxa Média e a venda dos planos Vida Longa GBOEX com os absurdos já apontados em Só quem lucra são os corretores (1) e Só quem lucra são os corretores (2) que lesaram milhares de velhos associados com a transferência de milhões de reais para o bolso de espertos corretores e seus parceiros.


Desta forma, dentro de pouco teremos uma definição sobre este caso que já passou dos quatro anos quando, então, conselheiros e diretores do GBOEX juntamente com a SUSEP deverão ser julgados pela participação que tiveram nas perdas patrimoniais causadas por uma “má gerência administrativa”, no entender do Ministério Público Federal. 

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